Pelo terceiro ano consecutivo, o Instituto Federal do Ceará agraciou mulheres cientistas que compõem a instituição e se destacaram em suas respectivas áreas do conhecimento. A solenidade de entrega do Prêmio Anas – Mulher & Ciência foi realizada nesta quarta-feira (17), no campus de Fortaleza, com transmissão ao vivo pela TV IFCE.

A edição de 2025 bateu recorde de 205 inscrições: foram 79 servidoras e 126 estudantes homologadas. No seu lançamento, em 2023, a premiação teve 119 inscritas; em 2024, o número subiu para 129. Para a pró-reitora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFCE, Joelia Marques, o crescimento indica uma necessidade de continuidade.

“A cada ano temos mais inscritas. Isso mostra que a gente precisa e deve continuar trabalhando a visibilidade das mulheres”, aponta a gestora. “Como eu gosto sempre de destacar, o Prêmio Anas não é um prêmio competitivo. A nossa ideia é reconhecer e valorizar o trabalho que nós temos feito, mesmo com todas as dificuldades que são associadas”.

Foram premiadas servidoras e alunas com pesquisas em três grandes áreas: Colégio de Ciências da Vida; Colégio de Ciências Humanas; e Colégio das Ciências Exatas, Tecnológicas e Multidisciplinar. As três primeiras de cada área receberam placa editada com alusão gráfica com o nome da premiação, certificado e premiação em dinheiro. Clique aqui e conheça todas.

Para Giselle da Cruz, professora do campus do Crato e primeiro lugar da categoria servidoras no Colégio de Ciências da Vida, a vitória é sinônimo de orgulho e satisfação. “São 16 anos de servidora do Instituto Federal. E a gente sabe que fazer pesquisa no Brasil é bem complicado por conta de vários fatores, mas brasileiro não desiste nunca e sendo mulher, com fibra, com força, a gente consegue ultrapassar todas essas barreiras”, resume.

A estudante Vitória Rodrigues Alves, da licenciatura em Português/Inglês do campus de Umirim, reconhece o próprio protagonismo na campanha de divulgação do Prêmio Anas. No segmento de estudantes, a disputa pelo prêmio principal é decidida através de votação, em que as finalistas das três categorias (técnico, graduação e pós-graduação) apresentam as próprias pesquisas em vídeo.

“Foi aí que começou a luta pelas divulgações, porque eu sou uma pessoa muito tímida e eu tive que tirar tudo de mim”, comenta. O resultado foi positivo: além de ter alcançado o segundo lugar da categoria graduação no Colégio de Ciências Humanas, Vitória teve a oportunidade de fazer a divulgação científica do próprio trabalho e alcançar pessoas fora do seu círculo de amizade. “Conheci muita gente nova, de outro campus até. Muitas pessoas conheceram sobre os doramas [tema de pesquisa dela] e a gente conseguiu aprender que não precisa deixar nossas paixões, nossos hobbies para entrar na área de pesquisa”.

Homenagem

A cerimônia de premiação também homenageou a servidora Helba Araújo de Queiroz Palácio, professora aposentada do campus Iguatu. Doutora em Engenharia Agrícola pela UFC, Helba desenvolveu atividades de ensino e pesquisa voltadas para irrigação, manejo de água e solo, qualidade das águas, salinidade e sodicidade, atuando também como orientadora de iniciação científica e de mestrado. Em 2019, recebeu o reconhecimento na categoria ouro do edital Mulheres na Ciência do IFCE. Sua expressiva trajetória acadêmica inclui 84 artigos completos publicados em periódicos, 106 trabalhos completos em anais de congressos, 8 resumos em anais de congressos, 9 capítulos de livros, além de aproximadamente 44 orientações concluídas, do nível de graduação ao mestrado. desenvolveu 16 projetos de pesquisa de relevante contribuição científica.

“Eu sempre segui carreira na escola pública. Uma coisa que eu defendo sempre: as políticas públicas de inclusão mudam vidas. Acreditem em educação, invistam em educação, para que nossos alunos possam ir longe”, disse a professora homenageada.

Sobre o prêmio

A premiação é uma homenagem da Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (PRPI) às pesquisadoras do IFCE com destaque pela notória produção científica nas diversas áreas do conhecimento. Esse importante prêmio tem por objetivo valorizar e dar visibilidade às nossas mulheres, incentivando as servidoras e estudantes do ensino técnico, de graduação e de pós-graduação a despertar o interesse pelas carreiras científicas.

A iniciativa leva o nome “Anas - Mulher & Ciência” em homenagem póstuma a duas docentes e pesquisadoras do IFCE - Ana Cristina da Silva Morais e Anna Erika Ferreira Lima Meireles, que desenvolveram uma série de pesquisas e iniciativas de relevância científica e de interesse social.