Portal Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará

Especial Jovens Olímpicos

Estudantes do IFCE conquistaram mais de 1.500 medalhas em olimpíadas científicas

Números de 2022 a 2024 englobam olimpíadas estaduais, regionais, nacionais e internacionais

Publicada por Andressa Sanches em 11/08/2025 Atualizada em 11 de Agosto de 2025 às 10:07

Até os anos 1990 no Brasil, a palavra olimpíada estava associada apenas aos torneios esportivos mundiais disputados por atletas a cada quatro anos. É somente a partir de 1991, quando a Olimpíada Brasileira de Matemática passou a contemplar alunos dos Ensinos Fundamental e Médio, que o termo entra no imaginário das competições intelectuais.

De lá para cá, o universo das olimpíadas científicas expandiu-se em diversas frentes no país: diversificando as áreas de conhecimento, ampliando os públicos de participantes, fomentando etapas locais como fases classificatórias. No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), o incentivo ao protagonismo estudantil nas olimpíadas do conhecimento apresentou resultados positivos tanto em números quanto em desenvolvimento dos alunos.

De acordo com o balanço das premiações e participações dos alunos do IFCE em olimpíadas do conhecimento, o número de medalhas conquistadas em competições científicas – englobando estaduais, regionais, nacionais e internacionais – teve alta expressiva de 52%, enquanto o de estudantes premiados cresceu 25%. No total, foram 1.505 premiações no período entre 2022 e 2024.

Os dados são indicativos de que as ações da Coordenadoria Geral de Olimpíadas do Conhecimento do IFCE estão no caminho certo, fortalecendo o ensino de modo macro e, no paralelo, preparando jovens para futuros desafios, seja no meio acadêmico ou profissional. “Nos dois últimos anos, temos obtido destaque em importantes olimpíadas, abrangendo várias áreas, como Física, Informática, Matemática, Robótica; e além das olimpíadas assim denominadas, existem algumas feiras e mostras, especialmente em nível nacional, com competições na programação, das quais também participamos”, descreve Zilfran Varela, coordenador geral de Olimpíadas do Conhecimento do IFCE.

O crescimento ano a ano tem sido notado. Se comparados os números de 2023 e 2024, apenas, o salto foi de 41% em quantidade de medalhas e de 23% alunos premiados. Os dados dos comparativos mencionados consideram apenas medalhas de ouro, prata, bronze e menções honrosas, sem contar com prêmios de trabalhos nacionais, estaduais, internacionais e Jovem Cientista.

Equipe do IFCE Canindé na Feira do Conhecimento 2024
Equipe do IFCE Canindé na Feira do Conhecimento 2024

“Entendo que o aumento do número de medalhas está ligado também ao número de participações; a principal base é que temos excelentes alunos, excelentes professores, e temos no IFCE uma estrutura fantástica, de laboratórios por exemplo, que dão o suporte para que os estudantes, na hora em que se engajam nas olimpíadas, tenham bons resultados”, avalia o coordenador.

“Todos nós somos movidos por desafios — sejam eles pessoais, profissionais, sentimentais ou de outra natureza. A participação em olimpíadas do conhecimento também funciona como um agente motivador para os alunos: estimula-os a querer aprender mais e a se destacar nos estudos”, acredita o professor Maurício Almeida, professor de Física do campus de Juazeiro do Norte e membro do Comitê Olímpico Institucional (COI) da unidade, o primeiro criado no IFCE, ainda em 2018.

Nos comitês, os estudantes são capacitados para participar de competições por meio de aulas tradicionais, minicursos, realização de experimentos e encontros online. A estratégia varia conforme a prova-alvo. Além disso, também são trabalhadas outras habilidades importantes, como inclusão, trabalho em equipe, liderança, oratória e pensamento de longo prazo. “Esse tipo de competição é altamente benéfico, pois ensina o estudante a traçar objetivos, a se capacitar para alcançá-los e também a lidar com possíveis frustrações caso o resultado esperado não seja atingido — algo extremamente importante para a vida”, pontua o professor Maurício.

O professor Rodrigo Almeida, fundador do COI de Juazeiro do Norte, destaca que a participação em olimpíadas do conhecimento pode contribuir para fundamentar escolhas mais assertivas sobre o futuro profissional ou acadêmico dos participantes, especialmente se forem estudantes ainda no Ensino Médio.

A preparação e a participação em torneios de conhecimento podem ser grandes aliados nesse processo de escolha da área acadêmica ou profissional na qual esses estudantes atuarão no futuro, pois ao longo da jornada de preparação para uma olimpíada científica, o estudante terá, dentre outras vivências, as possibilidades de pensar e refletir sobre quais áreas do conhecimento poderá seguir e se profissionalizar na sua vida adulta

professor Rodrigo Almeida

De olho no futuro

Participar dessas competições faz a juventude ampliar seus sonhos e se preparar para alcançar novos objetivos. Kauã Honorato Galvão, 17 anos, está no último ano do curso Técnico Integrado em Eletromecânica no campus de Tabuleiro do Norte e se dedica a estudar para o Enem. Pretende fazer Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Kauã, ao lado do professor João Dehon da Rocha Júnior, durante as seletivas presenciais para as Olimpíadas Internacionais de Astronomia no RJ
Kauã, ao lado do professor João Dehon da Rocha Júnior, durante as seletivas presenciais para as Olimpíadas Internacionais de Astronomia no RJ

Kauã é campeão em participação em olimpíadas, às quais se dedica desde o 9º ano do Ensino Fundamental, em 2022. Foi quando ganhou cinco medalhas: bronze na OMIFCE - Olimpíada de Matemática do IFCE e na Olimpíada Nacional de Eficiência Energética (ONEE), prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e ouro nas etapas estadual e nacional da Olimpíada Brasileira de Física das Escolas Públicas (OBFEP).

No ano seguinte, em 2023, assim que entrou no IFCE, Kauã ganhou prata na OBA e passou pelas seletivas internacionais online para as Olimpíadas Internacionais de Astronomia. “Como eu tive um desempenho bom nessa seletiva online, fui classificado para as seletivas presenciais em Barra do Piraí-RJ, que aconteceu no começo de 2024”, explica. No mesmo ano, ele foi classificado para a segunda fase da Olimpíada de Matemática das Instituições Federais (OMIF), que aconteceu no início de 2025 no campus Cuiabá - Bela Vista do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), onde recebeu menção honrosa.

No ano passado, Kauã ganhou medalha de prata na OMIFCE e na Olimpíada Brasileira de Foguetes (MOBFOG) e ouro na OBA. “Fui classificado para a seletiva internacional da OBA, como em 2023, fiz as etapas online, presencial e um treinamento para as Olimpíadas Internacionais de Astronomia. A fase presencial e o treinamento aconteceram em Barra do Piraí (RJ) no começo desse ano e, como eu tive um desempenho bom na fase presencial, fui classificado para os treinamentos”, comemora. O adolescente também foi classificado para as Jornadas de Foguete em 2024, “onde minha equipe junto com mais duas do meu campus fomos campeões”.

Em 2025, enquanto se prepara para o Enem, o jovem também ganhou novamente ouro na OBA e prata na MOBFOG e aguarda os resultados de mais duas competições: a OMIF e a Olimpíada de Matemática da Unicamp (OMU).

Participar das olimpíadas científicas me ajudou muito. Aprendi coisas novas, descobri que gosto de desafios e vi que consigo ir além quando me esforço. Foi legal conhecer gente que também gosta de aprender e isso me motivou a continuar. Essas experiências me fizeram crescer e me ajudaram a chegar até aqui

Kauã Honorato, estudante

Olimpíadas do Conhecimento no IFCE

O IFCE sempre incentivou seus estudantes a participarem de olimpíadas científicas, porém o crescimento no número de participantes e premiações ganhou impulso quando o próprio Instituto criou suas duas primeiras olimpíadas (VEJA QUADRO): a OCHE - Olimpíada de Ciências Humanas do Estado do Ceará em 2019 e a OMIFCE - Olimpíada de Matemática do IFCE em 2021. Em 2022, os Comitês Olímpicos Institucionais (COIs) do IFCE foram criados pela Instrução Normativa nº 04/2022 da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (PRPI). Essa instrução estabeleceu as normas para a criação desses comitês nos campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). No mesmo ano, o IFCE criou a OCEF Ceará - Olimpíada Científica de Educação Física do Ceará (2022) e em 2023 mais duas competições: OQEP - Olimpíada de Química das Escolas Públicas e OCHARME - Olimpíada Caririense de História, Artes e Metodologias Educacionais.

Reportagem: Cláudia Monteiro e Luís Carlos Freitas - Reitoria (agencia@ifce.edu.br)

Revisão de texto: Priscila Luz

Fotos: Acervo Pessoal

Fontes: Zilfran Fontenele (zilfran.fontenele@ifce.edu.br), coordenador geral de Olimpíadas do Conhecimento do IFCE; Maurício Almeida (mauricio.almeida@ifce.edu.br) e Rodrigo Almeida (rodrigo.almeida@ifce.edu.br), professores fundadores do Comitê Olímpico Institucional do campus Juazeiro do Norte

Palavras-chave:
Agência IFCE Estudantes Olimpíadas

Notícias relacionadas