Gamificação
We Venture Past transforma ensino de história local em experiência interativa
Desenvolvido por estudantes do LAMPI, jogo voltado para público infantil propõe passeio virtual pelo museu de Itatira
Publicada por Andressa Sanches em 03/11/2025 ― Atualizada em 3 de Novembro de 2025 às 15:31
Transformar o ensino de história em uma aventura digital foi o desafio que inspirou os estudantes Wesley Gabriel, Victoria Freitas e Pedro Sousa, do curso de tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas do campus de Canindé, a desenvolver o jogo We Venture Past. Criado no Laboratório de Aprendizagem de Máquina e Projetos Inovadores (LAMPI), o projeto busca auxiliar no ensino de história e cultura regional por meio da gamificação e da exploração virtual de cenários.
Segundo Pedro Sousa, a ideia nasceu durante uma aula da disciplina de Projeto Social, em que os estudantes precisam desenvolver projetos voltados para a comunidade externa ao IFCE. "A Victoria tinha sugerido algo sobre o Museu de Itatira, porque já havia trabalhado lá. Então sugeri que transformássemos em um jogo, já que era a nossa área de interesse”, lembra o estudante. O nome da aventura é uma brincadeira com as iniciais dos nomes do trio desenvolvedor.
A primeira versão do projeto é uma jornada virtual e interativa pelo Museu de Itatira. “A ideia é proporcionar ao jogador uma gameplay de exploração dentro do ambiente do museu, em que ele pode visitar as obras, conhecer sobre cada uma e testar o conhecimento através do quiz”, explica Victoria Freitas.
O jogo é pensado como uma ferramenta lúdica e pedagógica, capaz de conectar conteúdos escolares à linguagem digital, estimulando a curiosidade e o aprendizado através de elementos de gamificação, como rankings de jogadores, recompensas por missões realizadas e interatividade. Além disso, funciona também como um acervo digital dedicado à valorização e à preservação da memória histórica e cultural das cidades. O projeto permite que marcos históricos, elementos tradicionais e curiosidades regionais presentes em museus físicos sejam documentados e compartilhados virtualmente, por meio de exposições interativas e cenários e registros digitais.
Desenvolvimento
O jogo We Venture Past foi desenvolvido de forma colaborativa dentro e fora do laboratório, ao longo de aproximadamente seis meses. O processo envolveu etapas de pesquisa, codificação, implementação de áudio, design dos cenários em formato de pixel art, testes internos e aplicação do jogo em escolas.

“Fizemos testes na Escola Adelídia Magno de Oliveira, com 15 crianças. Analisamos critérios como caráter técnico, jogabilidade, foco das crianças, retenção de informações, facilidade na interpretação dos comandos. Foi muito bom ver o interesse delas e a disponibilidade de participar. O jogo tem classificação livre, mas nessa fase trabalhamos com o público de 8 a 12 anos”, conta Victoria.
O futuro do jogo

O We Venture Past: Itatira funciona hoje como protótipo e guia de desenvolvimento para outras versões do jogo, mais complexas e interativas.
"No LAMPI nós temos planos de expandir a experiência, desenvolvendo um novo capítulo que trabalhe os principais marcos históricos e culturais do município de Canindé”, adianta o professor Felipe Maia, orientador do projeto e coordenador do laboratório.
“O de Itatira foi apenas o ponto de partida. Agora queremos levar o projeto adiante com uma versão mais elaborada, com puzzles e história, e adaptada também para celulares ou tablets, para ir além do computador”, explica Pedro Sousa.
“Estamos pesquisando e buscando parcerias para conseguirmos o material histórico necessário”, conta Victoria. “Vemos o WVP como uma ferramenta educacional, cultural e pedagógica promissora dentro desse novo cenário e estamos buscando fazer esse projeto acontecer”.
Disponível gratuitamente, o protótipo do jogo pode ser acessado em: https://wvp-games.itch.io/we-venture-past-itatira.
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