A temática étnico-racial será o foco do intercâmbio na cidade de Lima, no Peru, do qual participará, a partir do próximo mês, a professora Stephanie Menezes Pereira Pinto, do Programa de Mestrado em Educação Inclusiva (Profei), ofertado na modalidade a distância pelo campus de Paracuru do Instituto Federal do Ceará (IFCE), por meio do Centro de Referência em Educação a Distância (CREaD).

Ela foi selecionada na última edição do programa Caminhos Amefricanos, uma iniciativa do Ministério da Igualdade Racial (MIR) em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), voltada à imersão cultural de professores da educação básica da rede pública brasileira autodeclarados pretos, pardos ou quilombolas.

Stephanie está entre os dois únicos cearenses selecionados para participar do programa, tendo sido uma das 50 pessoas escolhidas entre mais de 500 inscritos para o intercâmbio de 15 dias, na Universidade Nacional Mayor de San Marcos. A professora conheceu o programa na edição anterior, despertando seu interesse em participar, embora não acreditasse que fosse ser selecionada.

“A escolha dos participantes ocorreu por meio de análise curricular e da realização de banca de heteroidentificação. Como atuo no ensino de questões étnico-raciais e também realizo pesquisas na área, essa experiência em outro país vem fortalecer meus conhecimentos, além de possibilitar conexões com pessoas de diferentes nacionalidades e aprimorar minhas práticas pedagógicas”, afirma Stephanie.

Ela destaca ainda que, além do grupo de professores, o programa também contemplou 100 estudantes regularmente matriculados em cursos de licenciaturas autodeclarados pretos, pardos ou quilombolas, para intercâmbios em Angola e na República Dominicana, com o desenvolvimento de atividades voltadas ao combate ao racismo e à promoção da igualdade racial no Brasil.

Sobre o programa

O programa Caminhos Amefricanos, desenvolvido pelo Governo Federal em parceria com universidades estrangeiras, tem como objetivo contribuir para o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial, no Brasil, por meio da oferta de oportunidades de intercâmbios de curta duração no exterior, especialmente em países africanos, latino-americanos e caribenhos, a docentes e discentes.

Além disso, busca estimular a produção de pesquisas e o desenvolvimento científico e tecnológico na área, promovendo o intercâmbio de informações com instituições internacionais engajadas no enfrentamento à discriminação. O programa também visa fortalecer a formação inicial e continuada de estudantes e professores, com foco na educação para as relações étnico-raciais.