Tecnologia para o campo
Projeto viabiliza controle automatizado de irrigação em hidroponia
Iniciativa é desenvolvida no campus de Boa Viagem do IFCE
Publicada por Andressa Sanches em 04/11/2025 ― Atualizada em 4 de Novembro de 2025 às 17:40
A hidroponia é uma técnica de cultivo de hortaliças, frutas e verduras sem a necessidade de terra. Por meio dela, o item é cultivado em uma solução aquosa que contém os nutrientes necessários para o seu crescimento e maturação, sem prejuízo para o sabor ou o aspecto dele em comparação àqueles plantados no chão.
No campus de Boa Viagem do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), essa técnica ganhou um apoio tecnológico por meio do projeto HidroWebnia, que visa realizar o controle automatizado de válvulas e bombas d’água para irrigação em um sistema hidropônico, além da coleta de dados dos tanques e do ambiente.

O projeto é desenvolvido no âmbito do Centro de Inovação e Difusão de Tecnologias para o Semiárido (CIDTS), que, desde 2021, se tornou referência para o desenvolvimento de diversas tecnologias nos segmentos da agropecuária e das tecnologias da informação e comunicação e da economia circular no Sertão Central.
O HidroWebnia é coordenado pelo professor Renato William Rodrigues de Souza, doutor em Informática Aplicada. Entre os dados monitorados no projeto estão o PH e a temperatura da água usada no cultivo hidropônico, a temperatura e a umidade relativa do ar, o nível e o fluxo da água nos tanques, entre outros.
O pesquisador explica que “toda a estrutura física e lógica já se encontra em funcionamento, no entanto estão em testes, incluindo a codificação e a configuração do sistema”. A equipe de coordenação do projeto, inclusive, já produziu vídeos de divulgação da experiência em funcionamento.
“O projeto apresenta diversas contribuições sociais, ambientais e econômicas”, destaca. Entre elas, a sustentabilidade ambiental; o apoio à agricultura familiar; a maior segurança alimentar; a educação e a capacitação tecnológica; a redução de custos e o aumento da eficiência no cultivo; e o potencial de replicação e de escala.
Participação estudantil

Outro ponto alto é a participação de discentes do IFCE Boa Viagem no projeto. Estudantes dos ensinos superior e técnico têm colaborado nas áreas de desenvolvimento do sistema embarcado, transmissão de dados e visualização em sistemas Web e aplicativos móveis.
Um deles é Lucas Galindo, estudante da graduação em Análise e Desenvolvimento de Sistemas e bolsista no projeto na área de sistemas embarcados. “Este projeto contribuiu amplamente para minha formação acadêmica ao integrar conhecimentos teóricos e práticos de eletrônica, programação e monitoramento ambiental. Além de desenvolver competências técnicas na área de IoT [internet das coisas], automação e controle, também me proporcionou experiência na organização de dados, documentação técnica e sustentabilidade”, destaca.
De acordo com Renato William, nos próximos passos do projeto, estão previstos o desenvolvimento de um sistema supervisório para controle do acionamento das bombas e válvulas para a hidroponia, assim como a configuração dos horários de ativação destes aparelhos, entre outros.
Já na próxima fase, será feita a inserção de algoritmos de aprendizado de máquina, que utilizarão os dados capturados em tempo real pelos sensores - temperatura, umidade, condutividade elétrica, pH, entre outros - para propor ao produtor rural o momento ideal para realizar intervenções no sistema, incluindo a aplicação da solução nutritiva. “Essa abordagem visa tornar o processo mais inteligente, autônomo e eficiente, reduzindo o desperdício de recursos e otimizando a produtividade da cultura hidropônica”, explica.
Reportagem: Ícaro Joathan - Reitoria (agencia@ifce.edu.br)
Fonte: Renato William (renato.william@ifce.edu.br), professor do campus Boa Viagem
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O Centro de Inovação e Difusão de Tecnologias para o Semiárido (CIDTS) é fruto de uma parceria entre o IFCE e o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio do programa Rotas da Integração Nacional. Atende aos diversos eixos estratégicos pertencentes às rotas do leite, mel, cordeiro e fruticultura através da extensão tecnológica, capacitação técnica e reciclagem, suporte aos produtores e geração de um espaço dinâmico de negócios e startups.
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