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Inovação para saúde

IFCE registra patente de fórmula para tratar infecções fúngicas

Fórmula foi desenvolvida por estudantes do campus de Quixadá e apresenta alguns resultados mais promissores que o medicamento convencional

Publicada por Andressa Sanches em 30/09/2025 Atualizada em 30 de Setembro de 2025 às 16:39

O campus de Quixadá do Instituto Federal do Ceará (IFCE) depositou oficialmente, no dia 25 de setembro, junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), a patente de uma formulação tópica antifúngica inovadora, desenvolvida por estudantes dos cursos de Química e Engenharia Ambiental. O projeto, fruto de um edital de iniciação científica, é considerado um marco para a pesquisa e a inovação na região do Sertão Central.

Fórmula para tratar infecções fúngicas foi desenvolvida por estudantes do IFCE Quixadá
Fórmula para tratar infecções fúngicas foi desenvolvida por estudantes do IFCE Quixadá

A nova formulação desenvolvida tem potencial de se tornar um novo medicamento, combinando o uso do óleo de melaleuca, um produto natural já conhecido por suas propriedades antimicrobianas, com o medicamento fluconazol, tradicionalmente utilizado no tratamento de infecções fúngicas. O diferencial está na forma como essa mistura é apresentada: uma nanoemulsão, ou seja, uma formulação com partículas minúsculas, quase invisíveis, que permite melhor absorção pela pele e maior eficácia no combate aos fungos.

Além de ter apresentado alguns resultados mais promissores que o medicamento convencional, o novo produto se mostra potencialmente viável no combate a fungos que já apresentam resistência ao fluconazol, algo cada vez mais comum em ambientes hospitalares e em tratamentos prolongados. Os testes iniciais em laboratório indicam a ação potencializada da nova fórmula, com resultados superiores aos do medicamento usado isoladamente. O diferencial está justamente na apresentação nanoestruturada: partículas microscópicas que aumentam a absorção pela pele, melhoram a ação terapêutica e ampliam os resultados contra fungos resistentes, como Candida albicans e Candida krusei.

O estudo foi desenvolvido pelos estudantes Antônio Marcos Oliveira, Fernando Willame, Isabela Lima e Larisse Oliveira, sob a orientação do professor Alexandre Carreira, docente do curso de Química. O trabalho contou ainda com a colaboração de laboratórios da Universidade Federal do Ceará (UFC) — o Laboratório de Polímeros e Inovação de Materiais (LabPIM) e o Laboratório de Bioprospecção de Moléculas Antimicrobianas (LABIMAN) —, parceiros na realização dos testes de caracterização e atividade antimicrobiana.

Equipe responsável pela pesquisa do tratamento para combater infecções fúngicas e colaboradores da UFC
Equipe responsável pela pesquisa do tratamento para combater infecções fúngicas e colaboradores da UFC

Para o professor Alexandre Carreira, a invenção se destaca pelo potencial de impacto social: “Mais uma vez a nanotecnologia tem demonstrado sua importante eficácia em aplicações terapêuticas, sendo muito gratificante poder desenvolver projetos dessa natureza no campus Quixadá”.

A estudante Isabela Lima explica que este projeto proporcionou a ela a oportunidade de participar do desenvolvimento de uma formulação tópica inovadora para o tratamento de fungos. Para ela, “a parceria entre o IFCE e a UFC foi essencial para viabilizar essa pesquisa, e o depósito da patente reforça sua relevância e potencial de impacto. Espero que mais alunos possam vivenciar experiências como essa, que contribuem tanto para a formação acadêmica quanto para o avanço científico”.

Patente

O pedido de patente foi feito em nome do IFCE, reforçando o compromisso da instituição com a ciência aplicada, a formação de jovens talentos e o desenvolvimento regional. Para o IFCE Quixadá, o desenvolvimento da pesquisa reforça seu papel como polo de inovação e transformação social. 

"Essa conquista é motivo de orgulho para toda a nossa comunidade acadêmica. Mostra que a educação pública, gratuita e de qualidade forma não apenas profissionais, mas também pesquisadores capazes de gerar soluções reais para os desafios do cotidiano", destaca o diretor-geral do campus, Alexandre Praxedes.

A expectativa é que, com o registro da patente e com futuros estudos e mais resultados, o projeto possa ser futuramente licenciado por empresas farmacêuticas e chegue ao mercado como uma nova alternativa de tratamento acessível, segura e eficaz para milhões de brasileiros.

Reportagem: Rebeca Cavalcante (agencia@ifce.edu.br)

Fonte: Alexandre Carreira - professor do campus Quixadá (alexandre.carreira@ifce.edu.br)

Palavras-chave:
Agência IFCE Inovação Patente Pesquisa Quixadá

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