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Opinião

Artigo: O compromisso dos Institutos Federais com a interiorização da ciência

Publicada por Tiago Braga em 02/05/2025 Atualizada há 1 semana

Sempre se fala sobre a importância da pesquisa científica para o progresso da humanidade, ainda mais após uma pandemia. Passada a pandemia, é importante destacar que a pesquisa científica mantém essa função essencial: promover o desenvolvimento econômico, social e tecnológico em benefício das pessoas e das regiões. É fato incontestável que, onde se produz ciência, também se produz melhor qualidade de vida para todos.

Historicamente, o Nordeste brasileiro, assim como outras regiões do país, foi vítima de um descaso total em relação à aproximação da ciência das pessoas e comunidades. O país teve — e ainda tem — boa parte de sua produção de conhecimento “virada para o mar”, ao longo do nosso extenso litoral, onde se localizam as capitais. Naturalmente, além de se desenvolverem mais e melhor, essas regiões atraíam não só novos negócios e oportunidades, mas também jovens que, em busca de conhecimento acadêmico, deixavam suas casas, largavam suas terras e partiam em uma jornada sem retorno, rumo à farta oferta de formação científica e tecnológica. Poucos voltavam, e os que se atreviam a retornar pouco permaneciam, visto que, onde não há ciência, também não há emprego. Essa é a história resumida do interior do país: marcada pelo esquecimento e pela ausência de oportunidades.

Um dos grandes desafios do Sistema Nacional de Pós-Graduação é reduzir as desigualdades regionais. Segundo dados da CAPES, embora o Nordeste tenha aumentado o número de programas de mestrado e doutorado, ainda há um vazio muito grande quando se olha para o interior. Formar mestres e doutores é fundamental para o desenvolvimento científico e regional. Ainda que se diga que o Brasil possui muitos profissionais com pós-graduação, esses profissionais não estão presentes nessas regiões.

Em 2008, surgiram os Institutos Federais, instituições estabelecidas como oásis do desenvolvimento científico e tecnológico, mas que têm, em sua essência, a virtude de chegar onde ninguém chegou. E o IFCE, com essa missão atribuída, percorreu, nos últimos 15 anos, um caminho inverso: levou conhecimento e formação de forma massiva ao interior do estado. Foi do IFCE o primeiro programa de pós-graduação stricto sensu do interior do Ceará, com a criação, em 2012, do Mestrado em Tecnologia de Alimentos. Partindo desse princípio, nosso processo de expansão da pós-graduação assumiu a missão de interiorização, levando cursos para cidades onde antes nunca se imaginou haver oferta de formação científica: Paracuru, Acaraú, Sobral, Juazeiro do Norte e, claro, também aquelas que, mesmo localizadas na Região Metropolitana, não se viam como protagonistas da formação altamente qualificada, como Caucaia e Maracanaú.

Pensando sempre em interiorizar para transformar as realidades sociais e econômicas dos municípios e das regiões — mas, sobretudo, para mudar a vida das pessoas — essa é a missão que o IFCE assume: promover o desenvolvimento científico forte e presente em todas as regiões.

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