O campus Tianguá do Instituto Federal do Ceará (IFCE), em parceria com a Embrapa Meio-Norte, sediada em Teresina-PI, está conduzindo pesquisas voltadas para o aprimoramento do feijão-caupi (Vigna unguiculata), cultura de grande relevância socioeconômica para o estado do Ceará.

Conhecido popularmente como feijão-de-corda, fradinho ou macassar, o feijão-caupi é cultivado amplamente pela agricultura familiar e responde por cerca de 70% da produção agrícola nesse setor, no estado. Apesar de sua importância, ainda há desafios a serem superados no desenvolvimento de tecnologias que promovam maior produtividade, adaptabilidade e sustentabilidade para essa cultura.

Com o apoio do Programa de Melhoramento e Desenvolvimento de Cultivares de Feijão-Caupi, pesquisadores como o Dr. Maurisrael de Moura Rocha (Embrapa Meio-Norte) e o professor Dr. Clemilton Ferreira (IFCE Tianguá) vêm realizando ensaios de campo com o objetivo de identificar genótipos promissores para a região da Serra da Ibiapaba. O foco está em variedades que apresentem estabilidade produtiva, bom desempenho agronômico e adaptação às condições edafoclimáticas locais.

O professor Clemilton ressalta a importância social e econômica do trabalho:

“Nosso objetivo é levar conhecimento, tecnologias e soluções ao campo, fortalecendo o agronegócio e gerando oportunidades reais para os agricultores da região”.

As atividades envolvem testes de Valor de Cultivo e Uso (VCU), exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o registro oficial de novas cultivares, sendo fundamentais para avaliar o comportamento das plantas em diferentes ambientes e assegurar que as variedades recomendadas sejam realmente eficientes e viáveis para o produtor rural, conforme aponta o Dr. Maurisrael Rocha:

"A condução de ensaios de VCU representa a última etapa de seleção/teste de genótipos/linhagens do Programa de Melhoramento Genético de Feijão-Caupi, da Embrapa, antes do registro como cultivar no Registro Nacional de Cultivares (RNC) do MAPA. As cultivares de feijão-caupi fazem parte do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) e é por meio deste que os agricultores podem acessar quais as cultivares que são recomendadas para o cultivo no seu Estado, bem como as épocas de maior e menor risco de cultivo no seu município”.

Para os estudantes de Agronomia Sávio Nascimento e Roseane Sousa, participantes do projeto, a pesquisa representa uma oportunidade única de aplicar os conhecimentos teóricos na prática:

“A pesquisa científica é essencial para integrar teoria e prática, nos permitindo desenvolver competências agronômicas e contribuir com inovações tecnológicas voltadas à agricultura”, afirmam.