O campus de Quixadá do IFCE teve 38 projetos de pesquisa aprovados nos programas institucionais de iniciação científica e tecnológica em 2025, distribuídos entre diferentes modalidades de bolsa. São 17 projetos PIBIC, quatro PIBIC-AF, seis PIBIC-JR, dois PIBIC-JR-AF e nove PIBITI aprovados, refletindo a ampla participação dos professores em diversas frentes de pesquisa. Esses projetos foram selecionados por editais da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI/IFCE) e demonstram a força da produção científica no campus Quixadá.

O coordenador de pesquisa do campus de Quixadá, professor Reinaldo Cavalcante, avaliou o resultado e destacou os desafios remanescentes no campo da pesquisa: “Diante de todo o cenário desafiador que as atividades de pesquisa têm enfrentado, ficamos muito felizes com os resultados dos projetos institucionais de pesquisa. Observamos um aumento na representatividade dos grupos de pesquisa e das temáticas em desenvolvimento no campus. Isso representa a resiliência na busca pela investigação de problemas do semiárido nordestino”. 

Além disso, o coordenador de pesquisa destacou que esses resultados contribuem para a formação de estudantes do interior do estado e para o acesso deles ao mundo acadêmico da pesquisa e inovação. “Infelizmente, a quantidade de bolsas ofertadas ainda é muito escassa em relação ao gigantesco potencial que temos”, acrescentou Reinaldo.

Os temas abordados pelas pesquisas são bastante diversificados, abrangendo áreas de meio ambiente, educação, tecnologia, saúde e questões sociais. Há iniciativas voltadas à sustentabilidade ambiental – incluindo técnicas de tratamento de água com sementes de Moringa oleifera e esferas de alginato, produção de biodiesel a partir de microalgas e estudos sobre desertificação no semiárido. Outros projetos focam em avanços tecnológicos, como simulações computacionais em impressão 3D de ligas metálicas e aplicação de inteligência artificial para monitorar florações de algas tóxicas em reservatórios. 

Na área da saúde, destacam-se pesquisas sobre novos compostos e estratégias terapêuticas, a exemplo de nanopartículas para tratamento de câncer e antifúngicos em formulações inovadoras. Também há projetos dedicados à educação, como ferramentas para prever e prevenir a evasão escolar e metodologias que utilizam softwares (GeoGebra, Python) para aprimorar o ensino de Química. Essa variedade evidencia o compromisso dos pesquisadores em gerar conhecimento aplicável a problemas reais e multidisciplinares.

As pesquisas contam com a participação de professoras e professores do campus. Ao todo, 20 docentes estão envolvidos como coordenadores dos projetos aprovados, sendo que mulheres lideram cerca de dez iniciativas – um indicativo importante de diversidade de gênero na produção científica local. Professores experientes e novos talentos acadêmicos unem esforços nessas propostas, garantindo um intercâmbio de conhecimentos e experiências. A presença significativa de pesquisadoras nas equipes reforça o compromisso institucional com a inclusão e a equidade de gênero na ciência.

Outro ponto de destaque é o impacto regional dessas pesquisas. Muitos dos projetos focam desafios e potencialidades do Sertão Central cearense, contribuindo diretamente para o desenvolvimento da região. Temas como gestão de recursos hídricos, energias renováveis, melhoria de condições de habitação e valorização do patrimônio natural e cultural local aparecem com frequência nos estudos aprovados. 

Ao fomentar soluções inovadoras em áreas estratégicas – da sustentabilidade ambiental à inovação tecnológica na educação –, o IFCE campus Quixadá se consolida como um polo de referência em pesquisa científica e tecnológica. Os resultados esperados dessas iniciativas poderão apoiar políticas, aprimorar processos produtivos e elevar a qualidade de vida na comunidade, evidenciando a importância do papel da pesquisa acadêmica no âmbito regional.