BIENAL DE ARTES 2025
Bienal fortalece rede de ações de arte e cultura do IFCE
Interiorização é o grande marco da quarta edição
Publicada por Rebeca Cavalcante em 28/09/2025 ― Atualizada em 28 de Setembro de 2025 às 09:25
Depois de três dias de imersão em cultura e arte no campus de Quixadá, terminou neste sábado (27) a 4ª Bienal de Artes do IFCE Paulo Abel do Nascimento. Teatro, música, dança, artes visuais e fotografias ocuparam espaços do campus e da cidade, em uma programação gratuita e aberta a toda a comunidade.
Integrante da Cia Curral de Pedras, do campus Quixadá, a estudante Thaís Alves se apresentou oficialmente como atriz pela primeira vez no palco da Bienal com o espetáculo “Entre palavras e silêncio”: “Estar aqui foi a realização de um sonho de muitos anos. A gente tem uma cultura muito pulsante que precisa de visibilidade e incentivo”.
O pedido de Thaís é por mais eventos de cultura e arte em Quixadá e no interior do estado. Foi justamente esse desejo por promover a descentralização das ações na área realizadas pelo IFCE que levou a Bienal de Artes pela primeira vez para fora da capital cearense. “A gente entende que precisa circular em 33 campi”, defende Aterlane Martins, um dos coordenadores do evento. Para ele, a interiorização é um dos grandes marcos dessa quarta edição.
Dessa vez, grupos e artistas de Fortaleza pegaram a estrada em caravana. Foi o caso do MiraIra, tradicional grupo cênico musical do IFCE, que apresentou o espetáculo “Ritmos de Liberdade, Passos de Soberania”. Ao longo dos três dias, os brincantes participaram de oficinas e apresentaram seus trabalhos acadêmicos.

Cada atividade da programação, como explica a professora Lourdes Macena, coordenadora do grupo, ajuda a fortalecer a arte e os artistas da instituição: “A Bienal serve não apenas para dar visibilidade ao que estamos fazendo nos diversos campi, mas também para nos envolver e nos fortalecer como irmãos que somos, como artistas em formação dentro da rede federal. É um momento de congraçamento artístico, de alegria e de encontro, mas também para entender que os institutos federais são um espaço importantíssimo de formação na área”.
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Já Thaís Marilane Carneiro, professora de Edificações do campus Fortaleza, esteve em cartaz na Bienal com a exposição “Um equilíbrio sobre o tempo”, no hall do auditório. Ela também ministrou a oficina sobre aquarela com café e ainda orientou uma pesquisa apresentada durante a mostra acadêmica. A arte faz parte da vida de Thaís dentro e fora da sala de aula, já que ela utiliza o processo criativo para facilitar o aprendizado dos estudantes nas disciplinas relacionadas à construção civil.
“A nossa essência é artística, mas a gente entra em um redemoinho capitalista em que a gente vende o nosso tempo para produzir, geralmente para os outros. Quando o IFCE traz esse espaço, essa conversa permite a transversalidade do conhecimento e vamos dando mais sentido à nossa vida dentro desse redemoinho, que às vezes é cruel”, conta ela.
Uma das vocalistas da Musif, banda de música pop do IFCE campus Fortaleza, Jess Castelo estava empolgada para a apresentação, que encerrou a noite de sexta: “Está sendo uma oportunidade muito legal de apreciar os outros grupos e também de trazer a Musif para tocar fora dos portões do campus. Com essa formação atual, é a primeira vez que saímos do campus Fortaleza”.
O caldeirão cultural e o intercâmbio com artistas de diferentes lugares foram o ponto alto do evento para a estudante Letícia Ester Linhares, que faz parte do Grupo MiMiMi, banda formada por estudantes de ensino médio dos campi de Crato e Juazeiro do Norte: “É uma viagem em que a gente conhece não só o lugar, mas também a mistura de culturas que tem aqui. Fiquei impressionada com como eles conseguiram trazer muita cultura e muita arte. A gente se conecta com todas as pessoas, porque são pessoas que gostam de arte tanto quanto você”.

O evento reuniu doze apresentações artísticas de oito campi do IFCE. Foram ainda dez oficinas realizadas e 60 trabalhos acadêmicos apresentados em seis eixos, envolvendo cerca de 600 participantes entre todas as atividades.
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Para Joyce Custódio, coordenadora de extensão do campus Quixadá e uma das responsáveis por liderar a equipe de organização da Bienal, o balanço é positivo. “Estamos muito satisfeitos com o resultado. A participação, engajamento do público, dos grupos artísticos, dos professores e estudantes foi fundamental para tudo acontecer. Sempre há aprendizados e questões a melhorar, mas fizemos um lindo evento”, destacou a professora.
Reportagem: Alissa Carvalho