O estudante do curso de Tecnologia em Construção de Edifícios, Danilo Acácio, desenvolve, sob a orientação do professor Carlos Régis Torquato, um projeto que promove a popularização da fabricação de tijolos ecológicos do tipo solo-cimento. De acordo com Danilo, o projeto “Produção de tijolo ecológico” consiste na divulgação de novas técnicas relacionadas à sustentabilidade, numa perspectiva social. “Queremos difundir para a população que a fabricação de tijolos ecológicos envolve um processo simples e não prejudica o meio ambiente", diz.

O tijolo ecológico do tipo solo-cimento é composto por uma mistura de solo arenoso, solo argiloso, água e cimento. A mistura é colocada em uma prensa, que dá forma e resistência ao material. Em seguida, o tijolo passa pela processo de hidrocura, quando recebe água durante sete dias. “Temos 30% de economia na obra, não produzimos o dióxido de carbono (CO₂) porque não necessita da queima como o tijolo tradicional, é mais durável e mais resistente”, destaca Danilo.

Régis salienta que embora  o tijolo ecológico seja um pouco mais caro (o tradicional custa R$ 0,43 e o tijolo ecológico R$ 0,61), durante a obra é utilizado menos cimento  e, por isso, há uma diminuição do custo final. O professor acrescenta que a produção do tijolo tradicional também contribui para o desmatamento já que são utilizadas de oito a doze árvores para produzir mil tijolos.

Os responsáveis pelo projeto já começaram a estudar outros resíduos da construção civil para utilizar como matéria-prima para produção desse tijolo ecológico, porque a construção produz uma grande quantidade de resíduos que são descartados de forma incorreta  e provocam sérios impactos ambientais. ”Além disso, temos a intenção de produzir uma máquina que aumente  a produtividade porque a prensa hidráulica que usamos atualmente só produz um tijolo por vez, queremos pensar nessa máquina em parceria com os cursos de mecânica e automação", explica Régis.

Para divulgar a fabricação dos tijolos ecológicos, Danilo já ministrou no IFCE oficinas para crianças de escolas públicas, jovens do Centro de Semiliberdade Regional de Juazeiro do Norte, crianças do orfanato e para a comunidade em geral, ensinando  os participantes a fabricar esse tipo de tijolo, sempre relacionando essa técnica aos conceitos da sustentabilidade.