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Pesquisa no IFCE

Pesquisa publicada em revista A1 mapeia principais fontes de informação sobre violência contra a mulher no Brasil

Artigo tem servidora do IFCE-campus Iguatu, Rosana Vasconcelos, entre as autoras.

Publicada por Amanda Alboino em 04/08/2025 Atualizada em 4 de Agosto de 2025 às 19:53

Nos últimos dias de julho, um novo caso de tentativa de feminicídio ganhou ampla divulgação através da internet e dos veículos de imprensa. O ex-jogador Igor Cabral foi flagrado agredindo brutalmente sua namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador. Alguns meses antes, foi publicado na revista Serviço Social & Sociedade, periódico classificado com Qualis A1, o mais elevado no sistema de avaliação da CAPES, um estudo com as principais fontes de informações sobre a violência contra a mulher no Brasil.

A pesquisa tem entre suas autoras a servidora Rosana Vasconcelos, bibliotecária do IFCE - Campus Iguatu e doutoranda na área. Rosana diz que o estudo: “É uma pesquisa bem fundamentada, metodologicamente consistente e socialmente relevante, que contribui para minha atuação profissional na disseminação de informações para nossos estudantes e servidores, e para a sociedade em geral, sobre esse grave e persistente problema social, além de ser um trabalho fruto do compromisso do IFCE em minha formação acadêmico-profissional no doutorado em Difusão do Conhecimento”, afirma.

Segundo ela, a pesquisa teve como objetivo identificar, selecionar e categorizar fontes digitais que ofereçam informações acessíveis e contínuas sobre as diversas formas de violência de gênero. A análise englobou 204 documentos publicados entre 2000 e 2023, utilizando abordagem quali-quantitativa e técnicas de análise de conteúdo.

Fontes confiáveis: o que considerar?

Diante da imensa quantidade de dados disponíveis na internet, muitas vezes de procedência duvidosa, o estudo o define critérios rigorosos para identificar fontes confiáveis, como autoridade, precisão e atualização, classificando os documentos em registros oficiais (53%), pesquisas de opinião (14%), pesquisas de vitimização (10%) e estudos sobre serviços de atendimento (8%), além de 15% que se enquadram em mais de uma categoria.

A análise mostra que, até 2005, havia poucas pesquisas sobre violência contra a mulher com informações de abrangência nacional, autenticidade, integridade e comparabilidade sobre todos os tipos de violência contra as mulheres e que estejam disponíveis para acesso ininterrupto à íntegra, mas, após a Lei Maria da Penha (2006), a produção aumentou, atingindo 28 publicações em 2022.

Instituições como o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) têm fornecido dados essenciais para políticas públicas, como o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025 — que registrou aumento significativo do número de feminicídios e tentativas de feminicídios em 2024, atingindo o maior número desde o início da tipificação do crime — e a 5ª edição da pesquisa Visível e invisível: a vitimização de mulheres no Brasil 2025 — que apresenta o número alarmante de 21,4 milhões de brasileiras vítimas de violência no último ano.

Um alerta necessário

A pesquisa destaca a urgência de políticas públicas baseadas em evidências e o acesso à informação como ferramenta essencial para formular estratégias de enfrentamento e para que vítimas reconheçam a violência e conheçam seus direitos. O artigo, disponível gratuitamente na SciELO, contribui para o debate público e a promoção de um futuro mais seguro para as mulheres. Acesse o artigo completo aqui: https://doi.org/10.1590/0101-6628.376

Confira os gráficos da violência contra mulher:

Palavras-chave:
Pesquisa Revista A1

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