Educação antirracista
NEABI Crato promove oficina "Meu cabelo é de rainha" com crianças
Momento foi realizado em escola de educação infantil do distrito de Dom Quintino, no Crato
Publicada por Alissa Carvalho em 21/10/2025 ― Atualizada em 21 de Outubro de 2025 às 17:00
O Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI) do campus de Crato do IFCE promoveu, na última quinta-feira, a oficina "Meu cabelo é de rainha" para crianças do Centro de Educação Infantil Raimundo de Souza Sobrinho, do distrito de Dom Quintino, no Crato.

Integrante do Neabi e uma das responsáveis por ministrar a oficina, Tainá Justino conta que o momento reuniu uma dinâmica com um espelho, além de contação de histórias e a pintura de desenhos. A oficina foi marcante para Tainá, que teve a oportunidade de voltar à escola em que estudou quando criança: "Retornar lá e ver as professoras que sempre me acolheram com amor e me alfabetizaram com tanto carinho, me fez viver um mix de emoções. O mais incrível é que eu sempre fui uma criança curiosa que amava as rodas de contação de histórias e, fazendo isso, revivi momentos únicos da minha infância
A professora Joquebede Alencar, que coordena o Neabi Crato, explica que a oficina faz parte do Neabizinho, um projeto experimental para atender às demandas de formação para o público infantil que o núcleo recebe: "A oficina com temática étnico-racial voltada às crianças foi especialmente gratificante, pois revelou o quanto as escolas têm se empenhado em promover uma educação antirracista. Com o público infantil, essa construção se torna ainda mais significativa, já que conseguimos trabalhar temas tão importantes com sensibilidade, respeito e afeto".
Esse compromisso institucional é o que dá sentido e continuidade às nossas ações, que vão muito além de atividades pontuais, são passos concretos na construção de uma sociedade mais justa e acolhedora para todas as pessoas".

Para Tainá, momentos como esse são fundamentais na infância: "Essas vivências são importantes para as crianças, para que elas não cresçam com o pensamento de que só há uma cor de pele ou um único tipo de cabelo bonito. É na infância que começa a construção do ser humano que seremos e trabalhar a educação antiracista nessa fase nos faz ter esperança de uma geração futura bem melhor", defende ela.

Outras ações
Ao longo do ano, o NEABI tem desenvolvido uma série de iniciativas voltadas a debater e promover formações relacionadas aos estudos afrobrasileiros e indígenas. Concurso de fotografia sobre ancestralidade, oficina de letramento racial e vivência com o Povo Kariri estão entre as ações realizadas pelo núcleo.
"O que mais merece destaque é que a construção das oficinas e formações do núcleo têm acontecido de forma verdadeiramente coletiva. Cada eixo é composto por servidores, estudantes do superior e estudantes do médio, o que fortalece o diálogo entre diferentes experiências e gerações. Hoje, conseguimos atender demandas em diversos níveis, desde o público infantil até a formação de professores", explica a professora Joquebede Alencar.