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Equipe é medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Agropecuária

Alfa-Agrotec foi a única equipe da região Nordeste a ser medalhista na competição

Publicada por Alissa Carvalho em 20/08/2025 Atualizada em 20 de Agosto de 2025 às 15:47

Brendo, Ana Clara e Fernando foram orientados pelo professor Abner Girão
Brendo, Ana Clara e Fernando foram orientados pelo professor Abner Girão

A equipe Alfa-Agrotec, formada por estudantes do ensino técnico integrado ao médio do campus de Crato do IFCE, foi medalha de ouro na edição 2025 da Olimpíada Brasileira de Agropecuária, realizada de 12 a 15 de agosto nas cidades de Senhor do Bonfim (BA) e Petrolina (PE). A equipe foi a única da região Nordeste a ser medalhista na competição.

Foram mais de duas mil equipes inscritas na primeira fase, que contou também com participantes de outros países, como Argentina e Uruguai. Apenas quarenta foram aprovadas para a fase final, que premiou quinze equipes. O quarto lugar da Alfa-Agrotec na classificação garantiu a medalha de ouro para os estudantes.

A equipe, única representante do IFCE na fase final, é formada por Brendo Rodrigues, Ana Clara Bloc e Fernando Lourenço, alunos do terceiro ano do curso técnico em Agropecuária.

“A conquista é muito gratificante, porque é fruto desses nossos três anos de batalha. Temos só a agradecer a quem nos apoiou e ajudou a chegar no pódio”, afirma o estudante Brendo Rodrigues.

Orientador da Alfa-Agrotec, o professor Abner Girão explica que os estudantes passaram por um treinamento específico para a fase final da Olimpíada, que contava com questões teóricas objetivas e discursivas e ainda uma prova prática. “Após a primeira fase, eles já foram orientados sobre o conteúdo que precisava ser estudado para a execução das provas teóricas e, na reta final, fizemos um trabalho de afunilamento para as questões discursivas. Foi feito um trabalho também para as atividades práticas, e, no sorteio, tivemos a sorte de pegar as atividades que eles mais tinham treinado.”

Para o professor Abner, a vitória se torna ainda mais especial pelo fato das equipes e instituições das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste estarem inseridas em polos produtivos com grandes investimentos do agronegócio. Por isso, o treinamento precisou ser estratégico: “O nosso papel de orientador é reunir as tecnologias aplicadas nos polos produtivos e treinar nossos estudantes nessa área, possibilitando uma competição mais igualitária. Foi justamente o que fizemos”.

Também colaboraram para a preparação da Alfa-Agrotec os professores Gauberto Barros, Clodoaldo Lopes e Dyalla Ribeiro, e o médico veterinário Edmilson Rocha, todos do corpo de servidores do IFCE Crato. A equipe de mentores contou com o reforço do analista da Embrapa Algodão Gilson Pereira.

Fernando Lourenço, um dos medalhistas, conta que toda a experiência foi um grande aprendizado: “A fase de preparação e treinamento foi um pouco cansativa, mas valeu o esforço. Aprendi muita coisa nova, andei por lugares que eu nunca imaginei conhecer, fora as pessoas que tivemos oportunidade de conhecer com tudo isso. Tive algumas dificuldades com as provas práticas, mas mesmo assim consegui executá-las”.

Já a estudante Ana Clara Bloc aponta que o maior desafio foi vencer o nervosismo, principalmente porque era a primeira vez da equipe participando de uma prova do tipo. Para ela, além de uma grande oportunidade de realizar atividades práticas diferentes do trabalho realizado no cotidiano do curso, a olimpíada foi uma chance de conhecer novas pessoas: “O que eu mais gostei foi a questão da socialização de várias pessoas de vários lugares diferentes de todo o Brasil. Você ouvia sotaques diferentes, trejeitos diferentes. Sem contar toda a experiência que a gente pode tirar disso, desde a parte prática à parte teórica, ao que a gente aprendeu só de estar lá, convivendo com outras pessoas”.

A Alfa-Agrotec é a segunda equipe do campus de Crato do IFCE medalhista na Olimpíada Brasileira de Agropecuária. Em 2023, Raissa Rodrigues, Maria Eduarda Torezan e Gabriel Guerreiro voltaram para casa com a medalha de bronze.

O professor Abner Girão está satisfeito com os bons resultados, mas espera incentivar a participação de novos estudantes na OBAP e, um dia, chegar ao topo da classificação. Segundo ele, a jornada requer esforço e dedicação: “Eu sei que é difícil o estudo. Ao longo do caminho, a gente sabe que tem muitos espinhos e pedras, e que a carga-horária já é elevada, mas quem quer ir para a olimpíada tem que tirar um tempinho para estudar outros conteúdos, para que possamos chegar mais preparados para pleitear novamente o ouro e mostrar que temos capacidade para competir com qualquer outra instituição nosso Brasil”.