O Ecomapss, projeto de extensão do campus de Crato do IFCE que envolve educação ambiental, georreferenciamento e acessibilidade, segue em expansão para os quatro cantos do Ceará. Dessa vez, o aplicativo foi lançado nas Áreas de Proteção Ambiental (APAs) da Tatajuba e do Maceió, em Camocim, litoral norte do estado.

Saiba como funciona o Ecomapss

Além de representantes da gestão municipal e das comunidades inseridas nas áreas de proteção, estiveram presentes no lançamento os professores Brisa Cabral, Gauberto Barros e João Alberto Abreu, coordenadores da iniciativa no IFCE Crato; a professora Izabela Lima, parceira do projeto no IFCE Camocim; a pró-reitora de extensão Ana Uchoa; a pró-reitora de ensino Cristiane Borges; o diretor-geral do IFCE Crato, Nustenil Segundo; e o diretor-geral do IFCE Camocim, Roger Gomes.

Foram mapeados 30 pontos e 7 rotas na APA da Tatajuba e 60 pontos e 5 rotas na APA do Maceió, incluindo atrativos naturais e pontos de importância ecológica, histórica e cultural para a comunidade.

A implantação do projeto no município é realizada em parceria com o IFCE Camocim e o Projeto FaunaMar, iniciativa da ONG Comissão Ilha Ativa para promover a proteção da biodiversidade marinha:

"A parceria permitiu incluir dados sobre áreas de desova e alimentação de tartarugas marinhas. O aplicativo emite alertas de preservação sempre que o usuário se aproxima dessas áreas, orientando sobre os cuidados necessários para proteger as espécies e indicando pontos de observação responsáveis, onde é possível apreciar as tartarugas sem interferir em seus ciclos naturais", conta a professora Izabela Lima.

Os pontos mapeados já estão no app, disponível para download na PlayStore. Agora, a equipe trabalha para incluir os recursos de acessibilidade, de acordo com as particularidades de cada local. O espaço escolhido na APA do Maceió, por exemplo, é uma área de mangue. Para o professor João Alberto, cada nova implantação do Ecomapss traz novos desafios: "A gente encara isso com alegria, porque sabe que o projeto está crescendo. Se existem esses desafios para novas implantações, é porque o projeto está dando certo e alcançando seus objetivos".

Além de um recurso para promover o turismo sustentável, a pesquisa participativa e a educação ambiental, Izabela ainda destaca o papel do aplicativo como uma ferramenta capaz de estimular o pertencimento das comunidades aos seus territórios: "Ele conecta pessoas ao território, estimula o cuidado com o meio ambiente e faz com que cada visitante compreenda que está entrando em um espaço de vida e de memória, e não apenas em um destino turístico".

O sentimento é compartilhado pelo professor João Alberto: "O objetivo realmente é esse, trazer conhecimento na palma da mão, para que as pessoas possam entender que é importante conhecer para preservar esses espaços e mantê-los para as gerações futuras".

Para a professora Izabela, a participação das comunidades, inclusive, é fundamental para o crescimento do projeto, assim como as parcerias entre as instituições e também com os governos: "Cada ponto mapeado, cada foto, cada história e cada alerta ambiental representam um esforço conjunto de professores, alunos, gestores públicos, condutores e moradores locais. É um projeto vivo, que cresce à medida que a comunidade se reconhece como parte dele".

Jericoacoara

A implantação do Ecomapss nas APAs de Camocim não é a primeira parceria entre a equipe do projeto e o campus. Em 2022, junto com o ICMBio, eles levaram o projeto para o Parque Nacional de Jericoacoara. Foi o sucesso do lançamento por lá que fez a equipe pegar novamente a estrada para o litoral norte do estado, desembarcando em Camocim.

Saiba mais sobre a implantação do Ecomapss em Jeri

No PARNA Jeri, o Ecomapss tem recursos um pouco diferentes dos outros locais de implantação do projeto. Não há as placas de identificação características, mas sim uma geolocalização offline, que permite que o usuário percorra o parque em segurança, mesmo sem acesso à internet. Estão incluídas no app informações de utilidade pública e atrativos naturais.

"É importante ainda ressaltar que as trilhas mapeadas ordenam o translado no território e trazem informações sobre riscos, grau de dificuldade e cuidados para percorré-las. Outro avanço marcante foi transformar o Ecomapss em uma ferramenta pedagógica para os condutores credenciados, que agora têm na palma da mão um instrumento de unificação e atualização constante de informações ambientais, históricas e culturais, construídas em diálogo com a comunidade e os gestores da unidade", destaca a professora Izabela Lima, que também participou da implantação à época.