O professor Samuel Nascimento, docente da graduação em Sistemas de Informação do campus de Crato, é um dos autores do livro Teoria dos Jogos Combinatórios em Grafos, que será lançado durante o 35º Colóquio Brasileiro de Matemática, no Rio de Janeiro, de 27 de julho a 1 de agosto. Além de Samuel, colaboraram para a publicação os pesquisadores Rudini Sampaio (UFC), Nicolas Martins (UNILAB) e Nicolas Nisse (INRIA – França).

Segundo Samuel, a Teoria dos Jogos Combinatórios estuda jogos que não contam com elementos de sorte como dados ou cartas viradas para baixo. Ou seja, são jogos como damas e xadrez, em que os jogadores têm informações completas sobre o estado do jogo e se alternam nas jogadas até o fim da partida.

“Quem vence é quem pensa melhor nos lances e trabalha mais sua estratégia, não quem tem mais sorte. A teoria dos jogos combinatórios estuda esse tipo de situação e tenta responder algumas perguntas clássicas, como: existe alguma jogada que se eu fizer tenho certeza de que irei ganhar o jogo? Será que eu posso jogar esse jogo de uma forma perfeita, sem cometer nenhum erro?”, explica ele.

O estudo desse tipo de jogo está longe de ser brincadeira. O professor explica que os jogos mostram padrões que são essenciais para o nosso cotidiano. Segundo ele, a Teoria dos Jogos Combinatórios é uma grande aliada das áreas de criptografia e segurança, design de algoritmos, inteligência artificial e até do ensino da matemática, além de ser utilizada na criação de novos jogos.

Para Samuel, jogos como Sokoban, Tetris e até Super Mario, que atravessaram gerações, devem ser estudados não apenas como entretenimento, mas também como uma ferramenta de aprendizagem: “Eles nos desafiam a pensar com clareza, antecipar consequências, construir estratégias, inventar algoritmos e muitas outras coisas”.

O gosto por jogos de tabuleiro e videogames acompanha o professor Samuel Nascimento desde a infância. No doutorado, ele viu uma oportunidade de aliar o hobby à pesquisa científica nas áreas da Matemática e da Computação.

“Esses jogos são bons passatempos, mas são muito mais do que isso. Eles têm valor estratégico, educativo, filosófico e até mesmo espiritual em algumas culturas. O mais fascinante é que muitos deles, quando a gente analisou com uma visão mais matemática, revelam estruturas e estratégias computáveis. É como se eles estivessem esperando para serem redescobertos depois da invenção do computador”, afirma o professor.

A publicação estará disponível para aquisição após a realização do Colóquio. Mais informações no site do evento: https://impa.br/evento/35o-coloquio-brasileiro-de-matematica