Cidadania Acadêmica
Com orientações sobre escrita científica, estudantes aprovam trabalhos no SERNEGRA
Projeto é desenvolvido pelo NEABI Crato
Publicada por Alissa Carvalho em 22/10/2025 ― Atualizada em 22 de Outubro de 2025 às 12:04

Estudantes do campus de Crato do IFCE aprovaram nove trabalhos na edição 2025 da Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça dos Institutos Federais (SERNEGRA), que será realizada de 11 a 13 de novembro, no campus Recife do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).
As aprovações são fruto do projeto Cidadania Acadêmica, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas (NEABI) do campus, que orienta integrantes do núcleo sobre escrita científica e currículo acadêmico.
"Foi a primeira vez que nós submetemos os trabalhos pelo projeto, já com 100% de aproveitamento", comemora Alexandrina Nayara, uma das responsáveis pela iniciativa. Representante externa do NEABI, Nayara é advogada e mestranda em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Além de Nayara, quem também orientou os estudantes na escrita dos resumos aprovados foi Henrique Douglas de Sousa, que é aluno da Licenciatura em Letras Português/Espanhol e monitor voluntário do NEABI, como responsável por atividades e projetos voltados ao estudo étnico e cultural.
Henrique explica que o projeto surgiu de uma necessidade percebida por eles: "Muita gente ainda não tem conhecimento e não domina a escrita científica, mesmo no curso de Letras. É importante também que os estudantes já tenham esse contato no ensino médio, para que cheguem no ensino superior já com uma ideia do que seja a academia e a escrita científica, porque é uma dificuldade muito grande quando a gente chega no ensino superior sem esse conhecimento prévio".
Com mais dois colegas, o estudante João Biliu Belisário, que está no segundo ano do ensino médio integrado em Informática para Internet, é autor de um trabalho sobre o uso de jogos como ferramenta de representatividade na educação antirracista: "Ver essa ideia ganhar espaço e reconhecimento é muito especial pra mim, pois representa o compromisso com uma educação mais justa e diversa. Sou profundamente grato ao NEABI pelo apoio, pelas trocas e pela inspiração constante para seguir acreditando na força da representatividade e da transformação através da educação", conta ele.
Confira os trabalhos aprovados:
Da Lei 10.639/2003 à PNEERQ: Avanços e Limites da Educação Antirracista no Brasil
Jarderlany Nunes e Alexandrina Nayara
A autoestima da mulher negra em confronto com os padrões de beleza da branquitude
Ana Taísa Silvestre da Silva
Orientadora: Alexandrina Nayara
Jogos como ferramenta de representatividade na educação antirracista
Cicera Mirella da Silva Souza
João Biliu de Sá Belisário
Carlos Miguel Pereira
Orientadora: Alexandrina Nayara
Relato de experiência: monitoria na oficina de jogos africanos na acolhida do IFCE - Crato
Pedro Iago Barreto Vieira dos Santos
Lívia Santos Silva
Kaio Kauan Pereira da Silva
Orientadora: Alexandrina Nayara
Bois Caïman como memória coletiva e força motriz da emancipação haitiana
Alexandrina Nayara
A interseccionalidade que atravessa "Maria": uma análise do conto de Conceição Evaristo
Henrique Douglas de Sousa
Entre pratos e vozes: a resistência das mulheres negras na poesia de Cristiane Sobral e Conceição Evaristo
Salete Dantas Pereira
Orientador: Henrique Douglas de Sousa
As biojoias do urucongo: arte, sustentabilidade e identidade
Antônio Edson Dias Coelho
Orientador: Henrique Douglas de Sousa
Mancala: origem, cultura, negritude e impactos sociais no Brasil
Francisco Carlos de Queiroz Pinheiro
Orientador: Henrique Douglas de Sousa