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Projeto ministra oficina de arqueria para cadeirantes em Fortaleza

Atividade foi ministrada pelo estudante cadeirante Mateus Vasco, do curso de Educação Física

Publicada em 20/12/2023 Atualizada há 3 meses, 1 semana

O estudante Mateus Vasco, da licenciatura em Educação Física do campus Canindé, ministrou no início de dezembro uma oficina de arqueria para cadeirantes no Centro de Neurorreabilitação SARAH, em Fortaleza. A ação foi promovida pelo projeto de extensão Arqueria e Inclusão, do qual o aluno é monitor, e integra as atividades do programa de extensão Tiro Certeiro, coordenado pelo professor Erick Agapto.

"Pra mim foi uma experiência incrível poder abraçar essa missão de ensinar pessoas com deficiência e entender que eu posso dar aulas", afirma Mateus. "A gente que é deficiente físico tem aquele receio de, quando terminar o curso, se a gente vai conseguir um trabalho, como é que vai ser dentro do mercado de trabalho. Ali eu tive uma base que pode dar certo pra mim", explica o aluno.

A oficina teve como objetivo divulgar a modalidade de arqueria para cadeirantes e contou com a participação de seis pessoas atendidas pelo hospital SARAH. A unidade de saúde é referência nacional no atendimento deneurorreabilitação de adultos e crianças com lesão medular e lesão cerebral ena investigação de doenças neurológicas com repercussão motora e sensitiva.

"Muitas pessoas com deficiência não têm contato com a atividade física, então nós levamos uma outra realidade que pode, no futuro, virar um esporte", conta Mateus. "Ali foi uma oportunidade para eles conhecerem a modalidade e ver que eles são capazes de fazer aquilo. É isso que eu tento mostrar para as pessoas, que não é uma deficiência que me define, e esse é o intuito do projeto: mostrar pra ele que eles são capazes de fazer o que eles quiserem"

ARQUERIA E INCLUSÃO

O projeto Arqueria e Inclusão desenvolveu-se como um ramo do programa de extensão Tiro Certeiro, com a proposta de ofertar atividades regulares de arqueria para pessoas com deficiência em Canindé e região. 

"A arqueria é uma manifestação esportiva e cultural que pode ser praticado por pessoas de todas as idades e níveis de habilidade. É uma ótima maneira de se exercitar, melhorar a coordenação motora e a concentração e relaxar. Para os cadeirantes, o tiro com arco pode ser uma atividade ainda mais benéfica: pode ajudar a melhorar força, flexibilidade, equilíbrio, coordenação motora, concentração e foco", explica o professor Erick Agapto, coordenador do programa Tiro Certeiro.

Atualmente dentro do projeto Arqueria e Inclusão, Erick e Mateus trabalham nas adaptações da modalidade que precisam ser feitas de acordo com as necessidades específicas da deficiência de cada pessoa."Alguns não têm coordenação de braços e dedos, então precisam de uma adaptação para ficar mais seguro e mais fixo na cadeira. Tem cadeirante que tem total mobilidade de braços, mas não tem movimento de pernas, e aí têm uma facilidade maior para aprender o tiro com arco. Outras pessoas têm questões de medula que impactam no controle dos braços e na amplitude", destaca o professor.

Andressa Souza – campus Canindé