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Rede de Jaguaruana recebe Indicação de Procedência

Conquista é a primeira para um produto típico do Ceará

Publicada em 29/06/2021 Atualizada há 2 meses

Símbolo cultural cearense, as redes de Jaguaruana, cidade localizada a 194km de Fortaleza, obtiveram a concessão de Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). É a primeira IP para um produto tipicamente do Estado. O trabalho de pesquisa e articulação teve à frente o Instituto Federal do Ceará (IFCE), Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece), Núcleo de Tecnologia e Qualidade Industrial do Ceará (Nutec) e associação dos fabricantes da região.

Na prática, esse tipo de selo protege a originalidade do produto, assegurando, entre outros pontos, critérios de qualidade, fortalecendo a legitimidade da produção local, por meio de indicativos naturais ou humanos. Segundo o Inpi, embora não seja possível precisar o início da fabricação de redes no município, estima-se que tal produção ocorra desde o século XVIII, tendo sido iniciada pelos indígenas que habitaram Jaguaruana, de acordo com a pesquisa enviada ao órgão. Todo o levantamento de informações, de acordo com o IFCE, durou cerca de um ano.

Os impactos positivos que podem vir de uma indicação como esta são vários, entre eles, o acesso a novos mercados internos e exportação e o aprimoramento e a profissionalização da comercialização dos produtos. Também aparecem como benefícios a facilitação no combate à fraude; o estímulo a novos investimentos; a maior satisfação dos produtores com o reconhecimento; e a consequente elevação na qualidade de vida dos moradores.

Pesquisa

Ainda com base na documentação encaminhada, continua o Inpi, a fabricação de redes em Jaguaruana tem um perfil tipicamente familiar, com o chefe da família se dedicando à gestão e produção fabril, enquanto as mulheres e filhos atuam no acabamento das peças. Nos últimos anos, em resposta à competitividade trazida pelas indústrias, a produção familiar incluiu alguns avanços tecnológicos em seu processo.

“A Secitece deu início ao processo, e o Nutec procurou o apoio do IFCE para fazer esse trabalho de articulação e pesquisa”, informou Evandro Melo, diretor do campus do IFCE na cidade e coordenador do projeto IG Redes de Dormir de Jaguaruana. “É um marco que protege esse símbolo do município e do Estado, que passa pelos aspectos cultural, histórico e econômico”, acrescentou o gestor, que cita a venda do produto até em outros continentes: “Temos um registro de comercialização da ‘rede de Jaguaruana’ em países como Alemanha e Suíça, por exemplo”.

O levantamento de dados para a documentação que balizou essa concessão, como pesquisa histórica, memorial descritivo e manual de padronização, teve participação direta de alunos do IFCE, enfatiza Evandro Melo, por meio de bolsas da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

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