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Alunos e docentes avaliam ensino remoto na prática

Primeiros dias de aulas online são tidos como positivos e sinalizam eficiência da ferramenta

Publicada em 16/06/2020 Atualizada há 2 meses, 1 semana

Desde o início de junho, o IFCE retoma, gradativamente, as aulas para o ensino técnico, graduação e pós-graduação, de forma remota de seus mais de 30 campi - os cursos de extensão seguem ofertados na modalidade a distância. A nova realidade, mesmo em processo de adaptação, é uma alternativa que tem proporcionado pontos positivos na opinião de alunos e professores.

O estudante Francisco Daniel Ferreira Dantas, que cursa o sexto semestre de licenciatura em Química no IFCE em Quixadá, compartilha uma perspectiva otimista sobre o ensino remoto. “Vejo como uma oportunidade de que, no futuro, um professor, impossibilitado de estar presencialmente, possa passar um conteúdo online de qualidade, pois já sabemos que funciona; é uma nova ferramenta para o ensino que servirá para o tempo após a pandemia”, enfatiza.

Daniel acrescenta que o distanciamento social e a falta de atividades geraram uma expressiva ansiedade nos estudantes, e que o ensino remoto surge como uma solução para “não ficar parado”, vindo “no momento certo”, na opinião dele.

Outro aluno que enxerga pontos positivos é Francisco Vagner Rosendo da Silva, do segundo semestre de Engenharia Ambiental e Sanitária do campus de Maracanaú do IFCE. Ele também pondera que precisa de mais tempo para analisar com mais precisão os benefícios. “Nesse primeiro momento, posso dizer que minhas primeiras experiências foram positivas, mas também sei que ainda é cedo para se ter uma opinião formada”, ressalta.

Ferramentas auxiliam professores

Igor Paim, docente do campus de Maranguape do IFCE, já tinha conhecimento prévio de ferramentas de ensino virtual e decidiu ajudar seus colegas com uma capacitação voltada para essa temática. Intitulado "Curso Rápido em Tecnologias Educacionais Digitais", o trabalho foi oferecido dentro da plataforma FicEmCasa, iniciativa pensada para ofertar cursos de curta duração no período de pandemia. Ao todo, 1.500 professores realizaram inscrições na capacitação, que atualmente está na 28ª turma, um verdadeiro sucesso.

O professor Igor utiliza vídeos no YouTube para transmitir seus conteúdos, e apontou que trabalhar com o ensino remoto é desafiador e enriquecedor ao mesmo tempo. "Assim como eu, outros docentes compartilharam das mesmas provocações, medos, dúvidas, mas também, de um senso de propósito ético de que era necessário e inadiável. Mas sentimentos de natureza positiva me inundaram da mesma forma, como o da curiosidade, da empolgação em fazer algo diferente e, claro, daquela sensação interior de que apesar das dificuldades eu seria capaz de atender a esse chamado".

"Estar ao lado de outros professores, interagir com eles, dividir, mas também somar múltiplas experiências e conhecimentos foi decisivo para manter o foco e a motivação. Creio que estou conseguindo, também vejo isso em meus pares. Como dizia Einstein, a 'mente que se expande, jamais volta ao tamanho que era'. Acho que todos nós expandimos nossas mentes e nos tornamos professores mais corajosos, confiantes e competentes", complementou Paim.

Outro docente que está tendo uma boa experiência geral com o ensino remoto é Sebastião Elvis Gomes, do Curso Técnico Integrado em Telecomunicações, do campus Fortaleza. A unidade está aplicando aulas remotas para os estudantes do 7º e 8º semestres (P7 e P8) dos cursos técnicos integrados ao ensino médio.

"Os alunos estão motivados e felizes em voltar às atividades. Conversei com todos individualmente. Alguns até relataram certas dificuldades nas aulas remotas, mas opinaram que é melhor dessa forma do que não voltar às aulas. A modalidade é desafiadora e exige mais do professor, mas com empatia e dedicação conseguimos receber um bom feedback", destacou o professor.

Luís Carlos de Freitas e Dowglas Lima