A preocupação com a eficiência e a aptidão da sociedade para o uso de recursos digitais e tecnológicos no mundo contemporâneo foi tema de debate durante uma mesa-redonda com a participação do Centro de Referência em Educação a Distância (CREaD), do Instituto Federal do Ceará (IFCE). O evento foi realizado na quinta-feira (05/06), no auditório do campus de Fortaleza, como parte da programação do III Encontro Técnico-Científico de Letramento e Inclusão Digital (Elid 2025), organizado pelo Instituto Anjos Digitais (IAD), em parceria com o IFCE e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

O tema da mesa-redonda foi “Inteligência artificial (IA) com propósito social: desafios e estratégias governamentais”, abordando questões sobre letramento digital e perspectivas do poder público para evitar a exclusão social diante da inserção cada vez maior de novas tecnologias no cotidiano. Nesse contexto, o diretor do CREaD, Igor Paim, iniciou sua fala provocando a plateia com a pergunta: “Quem tem medo da inteligência artificial?”. Ele prosseguiu esclarecendo que a IA já é uma realidade e impulsiona todas as revoluções tecnológicas da atualidade, das quais não é possível à sociedade estar de fora.

Igor destacou a importância de utilizar essas tecnologias com foco na inclusão social, enfatizando a responsabilidade – especialmente das instituições de ensino – nas formações do futuro e na garantia da dignidade humana. “Nós, enquanto educadores, formadores de opinião e tomadores de decisão, precisamos ter um olhar qualitativamente diferenciado, com uma visão muito além do senso comum. A IA não veio para deslumbrar, mas para criticar, operar, dominar, qualificar e incluir, pois, sem inclusão, não existe sociedade”, reforçou. Ele também convidou os participantes a refletirem sobre o papel de cada um em uma realidade tão desafiadora.

“Vivemos em um mundo em ebulição. As tecnologias disruptivas causam certo medo, porque rompem com paradigmas do passado – assim como aconteceu com o barco a vapor em relação ao barco à vela. Essas transições deixam as pessoas apreensivas. Cabe, portanto, aos governos empreender esforços para utilizar a IA como instrumento de justiça social, como uma meta de primeira grandeza. Caso contrário, ela pode ser usada para ampliar a injustiça social, a exclusão digital e o desemprego”, concluiu Igor. O debate contou ainda com a participação de outros especialistas que discutiram os princípios da IA como ferramenta de promoção da justiça social.

Assista ao debate, na íntegra, clicando aqui.