Festa de colação de grau é reflexo da Educação que une amor e qualidade
Idas e vindas ao IFCE fazem da escada o balé da vida
Publicada em 15/03/2024 ― Atualizada há 6 dias, 17 horas
14 de março de 2024. Luzes, becas, capelos, cadeiras, certificados, discursos. Um a um, formandos, professores, gestores, homenageados e familiares ocupam seus lugares. Um misto de ansiedade e alegria toma conta da plateia. Finalmente a sonhada colação de grau. Degrau por degrau, a escada se completa no balé da vida.
E já não se sabe quem são os alunos e os professores, porque uns são reflexos dos outros. Como no espelho mágico, sobem ao palco os professores. “Esses foram como vocês foram e serão como vocês são; a decisão está nas mãos de vocês; muito obrigado a cada um por dividir aquilo que é mais importante”, disse extasiado o reitor do IFCE, José Wally Mendonça. Lições que ficam e que vão, nesse eterno vaivém que é o campus de Fortaleza. Como segunda casa, suas portas, sempre abertas, se fazem etapas na vida de muitos que, ano após ano, galgam novos passos.
Passos que o diretor-geral do campus de Fortaleza, professor José Eduardo Souza Bastos, faz questão de lembrar que se fazem novos, a todo tempo, a começar pela quebra de protocolos que é a própria solenidade de colação de grau atualmente: “Eu amo aquele campus igual a vocês. A gente vive quebrando protocolos. Foi quebrando protocolos que conseguimos fazer dessa colação uma festa única, reunindo formandos dos cursos técnicos e superiores. Por isso, voltem, antes que outros cheguem. Não saiam dessa casa. Façam cursos superiores, pós-graduações...”
Nessas idas e vindas, alunos como Maria Carvalho, deficiente visual, regressaram ao campus de Fortalezasem nunca terem saído dele nem deixado que ele saísse de si. “É minha segunda formação no IFCE; me formei em Licenciatura em Teatro, estou me formando agora no Técnico em Instrumento Musical e em andamento no mestrado em Artes. As dificuldades durante o curso são apenas degraus para nossa escada, que vai só subindo. A gente aprende também com essas dificuldades e com as pessoas que estão ao nosso lado. O IFCE tem contribuído muito, não só no lado profissional, mas também no pessoal também. Para mim, tem sido maravilhoso, incrível. Eu venho trabalhando muito a questão de estar com os outros, de entender cada um como ser humano único. As barreiras que a gente encontra pelo caminho vêm sempre como aprendizado a cada dia”, disse Maria Carvalho.
Dias que iluminaram a noite da colação. Aprendizados que ecoam nos gritos eufóricos dos agora formados nos cursos técnicos de Edificações, Eletrotécnica, Informática, Mecânica, Química, Telecomunicações, Guia de Turismo, Instrumento Musical, Manutenção Automotiva e Segurança do Trabalho. Orgulho compartilhado pelos novos profissionais dos cursos superiores de Tecnologia em Estradas, Gestão Ambiental, Gestão Desportiva e de Lazer, Hotelaria, Mecatrônica Industrial, Processos Químicos, Saneamento Ambiental e Telemática. E felicidade contagiante dos recém-graduados nos cursos superiores de bacharelado em Engenharia Civil, Engenharia de Computação, Engenharia de Mecatrônica, Engenharia de Telecomunicações e Turismo e de licenciatura em Artes Visuais, Física, Matemática e Teatro.
De degrau em degrau, tudo se refaz. Como na vida de Bruno Viana, autista, que, após tantas vitórias como medalhista paraolímpico nas competições de natação, vê sua vida profissional transformada a partir do ingresso como aluno da graduação. Recém-formado em Gestão Ambiental, o ex-aluno também é pedagogo e enfatiza o amor e o significado do IFCE na sua vida: “Eu aproveitei tudo do campus do IFCE. Fui um aluno esforçado, atrás dos objetivos e hoje, no campo da gestão ambiental, estou trabalhando na Assembleia Legislativa do Ceará, onde vou colocar em prática tudo o que aprendi”. Realizado, Bruno resume que “a sensação é de dever cumprido”.
E, assim, mais uma colação acontece com o mesmo sentimento de Bruno. Na certeza de que muitos, como Maria, voltarão sem nunca terem partido e de que outros virão, fazendo desse campus sua nova casa.