Discentes do Integrado buscam ser cientistas
Organizados em grupo virtual, alunos e alunas aplicam para universidades internacionais
Publicada em 08/11/2021 ― Atualizada há 1 semana
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Cinco discentes de cursos técnicos integrados do campus de Fortaleza - agrupados em aplicativo de comunicação virtual - se ajudam mutuamente para aplicar para universidades internacionais, a exemplo de Harvard, Tufts, Boston, Minerva, Stanford, Washington, dentre outras. De forma geral, os jovens desejam seguir carreira como cientistas, após primeiros estímulos de professores do IFCE e/ou medalhas em competições nacionais e estrangeiras.
Com O que Aprendemos ao Olharmos para o Céu, título do seu primeiro livro - à venda com o intuito de angariar recursos (em torno de R$ 2.500,00) para custear o processo de aplicação à universidade de Harvard, Maria de Sousa (foto), 18, é uma das líderes do grupo que se formou digitalmente, desde março, em busca de aumentar as chances de ingressar em um college ou universidade fora do Brasil.
A aluna do Técnico Integrado em Informática ressalta que percebeu que, diferentemente do Brasil, o processo de aplicação no exterior levaria em consideração todas as suas características e talentos, como capacidade de liderança, paixão e comprometimento pelo que faz. “Não é impossível. Se eu receber minha aprovação, deixarei meu impacto positivo no mundo fazendo aquilo que amo: estudar o universo!”, vibra a jovem bolsista do CNPq.
Edmilson Rodrigues, 19, é aluno do curso Técnico Integrado em Química Industrial, assim como Yasmim de Medeiros e Enrico Marins, ambos de 18 anos. Ele fala que sempre sonhou em ser pesquisador e soube que precisaria imigrar, “pois a ciência infelizmente não é valorizada no meu País”.
Yasmim ressalta a força do grupo virtual de discentes para enfrentar o processo de aprovação numa universidade internacional e aposta: “Estudar fora abre um mar de possibilidades para crescer profissionalmente e como uma pessoa jovem. Em breve teremos as decisões da ciência, da política e das ações de preservação ambiental em nossas mãos. Quero estar pronta para ser aquela astronauta que o mundo merece ter”.
Enrico Marins, 18, lembra que na periferia vivenciou experiências desafiadoras e “choques de realidade até perceber que as oportunidades não chegam para todos”, critica. As dificuldades o inspiraram a desenvolver projetos em favor do acesso técnico e científico e a querer estudar fora. Ele espera ser o primeiro membro da família a conseguir se graduar no exterior. “Pretendo fazer um Double Major em Ciências Políticas e Química”, antecipa o admirador de mulheres negras como Ângela Davis, Michelle Obama e Mae Carol Jemison.
Já Enzo Portela, 18, do Técnico Integrado em Mecânica Industrial, acredita que a sua geração é “a chave para colocar o nosso País nos trilhos”. Estudar nas melhores universidades do mundo, acrescenta, permite entender como países desenvolvidos solucionam grandes problemas para se replicar no Brasil.
O apoio dos professores do IFCE de Fortaleza foi e está sendo fundamental para o grupo de discentes. Dentre os destacados estão: Paulo William (Física), Christiane Bezerra (Biologia), Gilberto Abreu (História), Lucimar Maranhão (Química), Fábia Peixoto (Química), Andreyson Calixto (Educação Física) e Pedro Hermano (Química).
Eventos como a Olimpíada Brasileira de Astronomia - OBA, a Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica - IACC, a Competição de foguetes - MOBFOG, a Olimpíada de Biologia - OBB, a Olimpíada Brasileira de Robótica - OBR, concursos literários e experiências positivas de ativismo e atividades produtivas também contribuíram para a motivação dos estudantes.
Obs.: Depois que esta matéria foi fechada, entraram no grupo Paulo Victor Souza Rodrigues, 18, e Lucas Wagner Fernandes, 19, ambos alunos do Integrado em Informática
Marlen Danúsia- campus de Fortaleza