Aplicativo aperfeiçoa monitoramento de apneia do sono
Pesquisa é desenvolvida pelo IFCE em parceria com a UFC
Publicada em 20/04/2023 ― Atualizada há 1 semana
O campus de Fortaleza do IFCE, por meio do Laboratório de Processamento Digitais de Sinais (PPGET), do Laboratório Oficinas 4.0 e do Laboratório de Ensaios Mecânicos (Indústria) e em parceria com a UFC, está desenvolvendo um aplicativo para auxiliar o profissional de saúde no acompanhamento clínico de pessoas com apneia obstrutiva do sono (AOS) que estão em tratamento com equipamento de pressão positiva, o CPAP.
O aplicativo, denominado Apneia Conecte, tem como objetivo receber informações dos pacientes acerca dos aspectos do sono, das queixas apresentadas durante o tratamento, dos possíveis problemas relacionados ao uso do CPAP e, a partir dessas informações, gerar um bigdata que permita oferecer soluções na esfera da gestão, seguimento clínico e ciência, partindo de informações geradas por modelos de inteligência artificial (IA).
Com o aplicativo, a ideia é ofertar ao Sistema Único de Saúde (SUS) uma melhor gestão e aproveitamento dos CPAPs, o que, consequentemente, impactará positivamente a saúde e a qualidade de vida dos pacientes que sofrem com esse problema do sono. O sistema, que está em fase final de desenvolvimento, utiliza-se de técnicas de computação em nuvem para interagir por meio de navegadores convencionais com o usuário e efetua o armazenamento em nuvem dos dados adquiridos, formando o bigdata.
Técnicas de inteligência artificial serão empregadas para extrair informações que potencializem o tratamento dos pacientes de AOS, tanto de forma individual quanto coletiva. Espera-se que o aplicativo desenvolvido viabilize a ampliação do seguimento de pacientes acompanhados nos serviços especializados em sono, possibilitando a melhor comunicação entre os serviços e a fonte de dispensação de recursos, bem como o fornecimento de informações sobre a efetividade da terapêutica ao Estado.
No IFCE os trabalhos de desenvolvimento do Apneia Conecte estão sendo coordenados pelo professor Auzuir Ripardo, do Departamento de Indústria. Para o docente, a ferramenta tecnológica tem como vantagens “potencializar melhoria na qualidade do SUS e possibilitar um melhor conhecimento do tratamento de apneia de sono em nosso Estado. Além disso, permite a integração entre estudantes de tecnologia e engenharia do IFCE e de Fisioterapia da UFC, por meio da realização de um trabalho interdisciplinar, provendo ampliação de conhecimento para ambas as partes, unindo conhecimentos de computação em nuvem, inteligência artificial, informática na saúde e fisioterapia”.
Na UFC, a pesquisa é coordenada pela professora Camila Ferreira Leite, vinculada ao Departamento de Fisioterapia. Para a docente, a incorporação da tecnologia aliada ao tratamento da AOS permitirá “avanço assistencial; desenvolvimento de inúmeros estudos longitudinais de pacientes tratados com pressão positiva; conhecimento do perfil de pacientes aderentes ao tratamento com pressão positiva; antecipação de problemas e proposta de soluções acerca do tratamento instituído a partir de diferentes estratégias de inteligência artificial (aprendizagem profunda e modelos baseados em Memória Temporal Hierárquica); viabilizará ainda a criação do polo de estudos para acompanhamento de pacientes com AOS em terapia pressórica no SUS”, destacou Camila Leite.
Atualmente a ferramenta encontra-se em fase final de ajustes. Em seguida, será iniciado o estudo-piloto com a utilização do aplicativo.