A expectativa é que 61 milhões de brasileiros sofram com algum tipo de alergia. Essa realidade alarmante motivou o surgimento de um projeto lançado na manhã desta sexta-feira (21) no Polo de Inovação do IFCE, em Fortaleza. A iniciativa é intitulada AlertAlergo: Inovação Social e Assistiva para Saúde Segura, e busca desenvolver tecnologias para melhorar a segurança e a eficiência dos cuidados de saúde de populações vulneráveis, como alérgicos e pessoas com deficiências. O projeto, que tem investimentos de R$ 1,4 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é desenvolvido pelo IFCE, em parceria com a CriarCE da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará e a Unichristus.

O objetivo principal do AlertAlergo é desenvolver um sistema integrado que inclui pulseiras inteligentes, um dispositivo leitor e um aplicativo móvel para identificação rápida das condições médicas dos usuários, disponibilizando essa tecnologia para o Sistema único de Saúde (SUS). No IFCE, o projeto é coordenado pelo professor Glendo Guimarães, e o professor Auzuir Ripardo de Alexandria lidera os trabalhos da área de Engenharia Biomédica. 

O reitor do IFCE, Wally Menezes, o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Inácio Arruda, e diversas autoridades participaram do lançamento. A secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado do Ceará, Sandra Monteiro, foi representada pela coordenadora de Inovação e Empreendedorismo, Sarah Monteiro.

Na ocasião, a Dra. Lorena Madeira, médica alergologista e idealizadora do Projeto AlertAlergo, fez uma apresentação da dimensão do problema das alergias no Brasil. Ela mostrou que, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 35% da população brasileira têm algum tipo de alergia, dos quais 20% são crianças. Além disso, cerca de 26% das crianças e 35% dos adolescentes são portadores de rinite alérgica. Outro dado importante é o fato de que mais de 170 alimentos têm sido associados a alergias alimentares, sendo os mais comuns o leite, o ovo, o trigo, a soja, o peixe, os crustáceos e os moluscos, bem como o amendoim e as castanhas.

Dra. Lorena Madeira, médica alergologista e idealizadora do Projeto AlertAlergo

Já a professora Ingrid Correia, fisioterapeuta, doutora em Ciências Médicas e coordenadora adjunta do Mestrado em Inovação Tecnológica e Saúde da Unichristus, fez uma apresentação sobre o histórico do AlertAlergo, mostrando também os próximos objetivos do projeto, entre eles: aperfeiçoar o dispositivo portátil para a leitura e apresentação dos dados lidos por meio das pulseiras; desenvolver o aplicativo “AlertAlergo Mobile” para celular e tablet como solução alternativa para acesso as informações das pulseiras, facilitando o manejo de saúde; integrar o projeto com uma base de conhecimento de saúde. Nesse contexto, estudar a viabilidade de integração com o botão “Alergias” do aplicativo “Meu SUS Digital” e validar o Produto Mínimo Viável (MVP) em ambientes simulados e reais de saúde. 

Dra Ingrid Correia, da Unichristus

Também está no planejamento da equipe realizar testes abrangentes do MVP com potenciais clientes para validar a eficácia, usabilidade e aceitação do mercado, bem como desenvolver um plano de negócios robusto que detalhe o modelo de captação de receitas e estratégias para a sustentabilidade financeira do projeto.

No tocante a instituições de ensino superior, além do IFCE, o AlertAlergo tem parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Unichristus. Entre os Institutos de Ciência e Tecnologia, juntam-se ao projeto a Escola de Saúde Pública do Ceará e o CriarCE Hard. O Centro de Pneumologia e Alergia do Ceará e a Secretaria de Saúde do Ceará também são parceiros da iniciativa.

"Quero parabenizar a equipe responsável pelo AlertAlergo. No IFCE, vocês estão em muito boas mãos com o Glendo e o Auzuir. Temos a consciência de que não foi fácil criar esse projeto, e os desafios que virão serão superados", destacou o reitor Wally Menezes.

Dowglas Lima - Comunicação Social - Reitoria

Fotos: Filiphe Sá