IFcastTauá em casa #13 Napne
Podcast produzido no campus Tauá
Publicada em 10/02/2021 ― Atualizada há 1 mês, 2 semanas
O IFcastTauá está de volta! Na edição de hoje, recebemos o professor de educação física e coordenador do Napne (Núcleo de Acessibilidade às Pessoas com Necessidades Específicas) do campus Tauá, Jayme Félix, e os alunos Claudemir Carlos e Davi Cavalheiro, para conversarmos sobre o projeto de extensão: "A Ciranda Da Inclusão No Contexto Da Pandemia: Criando Pontes Para A Acessibilidade". Confira:
- IFCEASTTAUÁ EM CASA #13 NAPNE
Acesse aqui o censo realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância.
Momento Cultura:
Claudemir - Livro “Livro das Rimas” de Guilherme Alves disponível em @_cantinhodogui e Editora Sina, e série de vídeos “Carne de Ostra” de Jéssica Teixeira, disponível em @ela.jéssicateixeira;
Davi - Série O Mundo Sombrio de Sabrina;
Jayme - Perfil no Instagram @oeduardovictor e filme Soul;
Larissa - Websérie Divine Vive;
Juliana – Série Black-ish.
Transcrição do episódio:
[Vinheta - várias vozes falam, misturadas umas às outras, o nome IFcastTauá]
[Trilha sonora]
Larissa Lima: Olá, eu sou Larissa Lima e este é o IFcastTauá, o podcast do IFCE de Tauá. A gente está de volta depois de uma pausa e a gente vai seguir, a partir de hoje, com as nossas edições gravadas à distância.
Juliana Albano: Olá, eu sou Juliana Albano e, na edição de hoje, a gente recebe o professor de Educação Física e coordenador do Núcleo de Acessibilidade às Pessoas com Necessidades Específicas, o Napne, Jayme Félix. Ele está acompanhado dos estudantes Claudemir Carlos, aluno do curso de Letras, e Davi Cavalheiro, estudante de curso técnico de Agropecuária, pra conversarmos sobre o projeto de extensão Ciranda da Inclusão no contexto da pandemia: criando pontes para a acessibilidade. Jayme, Claudemir e Davi, sejam mais uma vez bem-vindos ao IFcastTauá. Por favor, a gente pede que vocês se apresentem aos nossos ouvintes pra que, durante a nossa conversa, eles possam associar as vozes de vocês aos seus nomes.
Jayme Félix: Oi, meninas. Oi, meninos. É um prazer, mais uma vez, estar aqui no IFcast, é uma honra. Eu sou o Jayme, como falado, professor de educação física e coordenador do Napne, e estou contribuindo juntamente com essa equipe maravilhosa com esse projeto, juntamente ao Napne do campus Tauá.
Claudemir Carlos: Oi, pessoal, tudo bom? Eu sou o Claudemir, eu sou um dos bolsistas do projeto de extensão Ciranda da Inclusão. Vamos bater um papo hoje à tarde.
Davi Cavalheiro: Oi, boa tarde. Eu sou o Davi Cavalheiro, estou no terceiro ano do curso técnico em Agropecuária e também sou um dos bolsistas do Ciranda da Inclusão.
Larissa: Massa. Sejam bem-vindos ao nosso IFcast mais uma vez. Eu queria começar perguntando ao Jayme como surgiu a ideia desse projeto, já que foi você que idealizou. Eu queria que você falasse um pouquinho como foi isso, como foi pensado esse projeto.
Jayme: Desde que eu assumi a coordenação do Napne juntamente com a equipe de vice-coordenador, secretário, todos os membros participantes do Napne, a gente vem tentando desenvolver um trabalho de inclusão no campus e também na comunidade externa ao campus. E aí, quando a gente entrou na pandemia, a gente não parou. Então nós, do Napne, a a gente apenas reestruturou as nossas reuniões. A gente continuou se reunindo, buscando fazer formações e tentando não perder esse vínculo. E aí, no finalzinho desse ano de 2020, surgiu a oportunidade, uma seleção que a pró-reitoria de extensão do IFCE abriu para todos os Napnes dos diversos campi do IFCE e também os diversos Neabis, que são dois núcleos que têm trabalhado paralelos, cada um com seus objetivos, mas que são sinérgicos, que caminham juntos, com objetivos até em comum. Então, como a gente já vinha fazendo esse trabalho de forma remota, também com a participação não só de docentes, técnicos, mas também dos alunos e alunas, a gente viu a oportunidade de, nesse projeto de duração de três meses, concorrer nesse edital pra que a gente pudesse conseguir essas bolsas e incentivar uma maior participação dos discentes e conseguir desenvolver e dar um empurrão a mais nas ações do Napne. Então, esse foi o pontapé inicial desse projeto.
Juliana: E o que vocês conseguiram realizar do projeto, Jayme, até o momento?
Jayme: A quantidade de ações que a gente tinha pensado a gente não conseguiu em quantidade, mas as ações efetivas a gente acabou conseguindo concluir. A proposta desse edital da pró-reitoria de extensão era de projetos curtos mesmo, de duração de três meses. Então a proposta era encerrar o ano de 2020 e fazer essa transição pro ano de 2021 com alguma ação que não permitisse que os Napnes e os Neabis ficassem parados. Vou citar aqui de forma resumida. Algumas das ações que o nosso projeto objetivava era a formação interna, a criação de grupos de estudos, algo que a gente já vinha desenvolvendo, a gente deu apenas uma incrementada, e esses estudos aconteciam a cada quinze dias, buscando temáticas que envolviam a inclusão, a educação adaptada... Então, uma das ações era essa, os grupos de estudo. A outra ação era a gente conseguir realizar algumas lives, e aí, no final do ano, a gente acabou conseguindo realizar somente uma live, mas teve um impacto muito positivo. Foi uma live com convidados externos. A gente deve falar um pouquinho mais à frente dessa live. E um dos objetivos também era a gente estar presente nesse podcast, no IFcast. Estar aqui com vocês nessa tarde discutindo e conversando, a gente está contemplando um dos objetivos do nosso projeto. E o outro objetivo é que essas três ações, o estudo, o compartilhamento de informações por meio das lives e por meio de uma ferramenta também que está bem crescente, que é o podcast, felizmente, que a gente possa dar continuidade, mesmo com o encerramento do projeto após esses três meses.
Larissa: Jayme, inclusive, eu queria dizer aqui que, se der tudo certo, se tivermos tempo hábil, eu vou transcrever a conversa desse podcast e postar no nosso site. Já que estamos falando de acessibilidade, é uma forma também de disponibilizar esse podcast a quem não pode escutar. O nosso site, pra quem não sabe, tem uma ferramenta de acessibilidade. Tem um bonequinho que, quando você ativa, ele atua como um intérprete de libras. E, assim, você pode usar essa ferramenta e você pode ler. Então, o nosso site tem essas ferramentas de acessibilidade. Bom, para os estudantes, a pergunta para os bolsistas Davi e Claudemir, como foi participar do projeto? O que vocês aprenderam nesse tempo?
Davi: Brevemente, foi e tem sido uma experiência muito interessante porque, como o próprio Jayme disse, a gente aprende muita coisa sobre acessibilidade, sobre o mundo. Até as coisas que a gente não vivencia, de certa forma a gente começa a entender também e a gente começa a perceber também os impactos que o projeto gera na vida das pessoas, seja através desse podcast ou através das lives, ou mesmo dos grupos de estudo, que em geral estão sendo mais internos ao campus, mas que pode, de certa forma, fazer com que as pessoas que participam desses grupos quebrem preconceitos externos ao campus e muitas outras coisas. Tem sido muito interessante.
Claudemir: Com relação à minha experiência no projeto, foi massa. Aprendi muita coisa, principalmente porque, participando do projeto, sendo bolsista do projeto, automaticamente a gente está no Napne, e o Napne é um grupo de pessoas e profissionais de todas as áreas possíveis do IF que, automaticamente, têm visões diferentes e experiências diferentes pra agregar no momento das discussões. A nutricionista, a enfermeira, o Jayme com professor de educação física, a Liana como professora de filosofia, de sociologia, e essa multipluralidade de profissionais acaba agregando muito, porque a gente acaba ouvindo experiências diárias e de possibilidades que a gente, até então, nem imaginava que existia na perspectiva de inclusão. Acho que o principal impacto no Claudemir foi justamente se deparar com esse grupo multiseriado, multifacetado, plural mesmo, de profissionais conversando sobre educação inclusiva, porque até então eu conhecia educação inclusiva simplesmente por educadores e, no Napne e com o projeto da inclusão, acabei descobrindo que não. Tem muita gente pensando a inclusão. Que bom!
Larissa: É, porque a inclusão está em tudo. A acessibilidade precisa estar em tudo: na comunicação, na estrutura física mesmo do nosso campus, é importante.
Claudemir: A fala de Larissa, que ela fala que a inclusão não está só na educação, vai ao encontro do que foi mudado no regulamento do Napne do ano passado, que foi justamente com relação ao termo, que passou a ser Núcleo de Acessibilidade às Pessoas com Necessidades Específicas, e não como era antes, Núcleo de Acessibilidade às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas.
Juliana: Jayme, enquanto coordenador do Napne, que outras atividades o núcleo tem realizado lá no campus para promover a acessibilidade dos alunos nesse período de ensino remoto?
Jayme: Eu queria só ressaltar que todos nós, membros do Napne, alunos, docentes, técnicos, alunas, está todo mundo em uma caminhada. A gente sempre conversa muito isso nas nossas reuniões. Todos estamos aprendendo uns com os outros. Então, todas as nossas ações, para além das ações desenvolvidas pelo projeto Ciranda da Inclusão, buscam exatamente isso, que a gente cresça juntos enquanto diversos atores envolvidos nos diversos processos educacionais, sociais, enfim. Então, por exemplo, antes de termos retomado essa experiência de ensino remoto que estamos vivenciando agora, a gente buscou um momento de oportunidade de comoção juntamente com os professores. A gente fez uma roda de conversa em que ouvimos os professores, as suas angústias, suas incertezas, as suas experiências de sucesso já anteriores com inclusão, porque é importante a gente ressaltar isso, que o Napne está também para buscar fazer essa mediação. Tem muito professor, tem muito profissional que tá desenvolvendo projetos belíssimos e ações belíssimas e, muitas vezes, essas ações ficam guardadinhas numa gaveta e poderiam causar um impacto maior se fossem compartilhadas, publicizadas.
Então, uma das ações nossas também é buscar fazer esse caminho, esse diálogo. A gente tem o nosso grupo de estudo. Inicialmente, a gente começou somente com os membros do Napne, mas uma das ações que a gente pretende, talvez, se a gente conseguir realizar agora em 2021, é que a gente abra as inscrições pra participar desse nosso grupo de estudo com a comunidade, levando em consideração que o Napne faz parte da extensão do campus, então quão mais pessoas a gente conseguir trazer para nossas tardes quinzenais, em que a gente vai conversar um pouco sobre as diversas deficiências, a inclusão, avaliação inclusiva, enfim, todos os temas que permeiam esse assunto, acho que melhor a gente vai conseguir caminhar e avançar. Um detalhe que até Larissa estava falando sobre a questão da acessibilidade do IF na publicação de informações e tudo mais, e um dos aprendizados, e aí eu coloco esse aprendizado pra mim também principalmente, foi quando a gente estava pensando, eu juntamente com os meninos... E aí só pra ressaltar, no projeto nós temos três bolsistas. No caso tem o Davi, o Claudemir e tem a Dálete também. Então, Dálete, sinta-se representada pelos meninos que estão aqui nesse diálogo. E aí um dos aprendizados muito grandes, a gente quebrou muito a cabeça, foi ver como é que a gente ia ser inclusivo na publicação, por exemplo, da live. Os meninos vão lembrar bem disso, a gente discutiu bastante como é que a gente faria um cartaz mais inclusivo, como é que a gente construiria aquele texto pra explicar o visual, a hashtag pra todos verem, a descrição da imagem, como é que a gente construiria da melhor maneira possível. E isso tudo tem sido um aprendizado para os bolsistas, para mim enquanto coordenador do projeto, para todo mundo que estava envolvido no planejamento das ações. A gente está sempre aprendendo com isso.
Outra ação também do Napne é a gente estar sendo a representação no que diz respeito à inclusão nas diversas necessidades do campus. Então recentemente a gente foi solicitado pra fazer um levantamento de quais são os discentes, quais são os servidores que possuem alguma deficiência e que a gente possa conhecer um pouco mais o histórico desses alunos, alunas, servidores e servidoras, e a gente possa ser mais inclusivos no nosso cotidiano. Outra coisa que até foi essa semana que a gente vinha discutindo, a gente conseguiu fazer uma solicitação pra adquirir alguns equipamentos de tecnologias assistivas. Então, quão mais a gente conseguir aprender, quão mais a gente conseguir adquirir materiais pra que a gente reduzir essas barreiras, melhor vai ser para o campus, melhor vai ser para a sociedade. Então essas são as ações que o nosso Napne vem tentando fazer. É um trabalho de formiguinha, todo mundo precisa reconhecer isso, mas que vai dando, aos pouquinhos, resultado.
Larissa: Eu vou entrar no Napne agora, né, Jayme. Ainda não participei de nenhuma reunião, mas estarei na próxima. E você falou dessa questão da live, e a gente vai aprendendo com o diálogo, né. Eu conversei bastante com o Davi esses últimos meses, né, Davi? Justamente pra gente poder entender como, no meu caso, como deixar, por exemplo, as nossas redes sociais mais acessíveis. O Davi é cego, então, antes de qualquer coisa, é importante saber o que ele pensava sobre isso, as necessidades dele como usuário das nossas redes sociais. Então esse diálogo eu acredito que seja fundamental. Eu espero que tenha melhorado, Davi, apesar de nem sempre eu conseguir, cem por cento das vezes, fazer aquela descrição legal e tal, mas a gente vai aprendendo.
Davi: É, inclusive uma coisa muito legal quando a gente está navegando no Instagram e encontra uma publicação descrita. É como se, do nada, você abrisse os olhos e visse aquilo, é muito legal.
Larissa: Esse feedback também é muito massa de ouvir. A gente vê como realmente é importante, e tipo assim, como que a gente não pensou nisso antes, né? Enfim... Já que você falou da live, Jayme, você pode falar um pouquinho como é que foi essa live? O que é que foi conversado, abordado?
Jayme: Sim, sim. Foi um dos pontos altos do nosso projeto. Nós estávamos buscando, nos nossos planejamentos, que pessoas a gente poderia convidar para um debate, para uma mesa redonda que a gente pudesse discutir especificamente o ensino remoto, que é uma realidade não só da nossa instituição, mas eu acho que é uma realidade das diversas instituições e não só em Tauá, no Ceará, no Brasil e no mundo, e agora tá migrando o ensino remoto pro ensino híbrido, então é um outro aprendizado. Eu costumo dizer que estamos todos aprendendo a trocar o pneu do carro com o carro em movimento, e isso torna tudo mais difícil, mas foi exatamente isso que a gente buscou. Pera aí, vamos parar um pouco e vamos refletir. Esse ensino remoto nos moldes que estão acontecendo nas diversas instituições, ele é para quem? Então esse era o título principal da nossa mesa redonda: ensino remoto pra quem? E a gente buscou, como convidadas, duas mulheres incríveis que somaram. No caso, foi a Geisa Paixão, fonoaudióloga do Integrar Centro Multidisciplinar, que veio com essa abordagem profissional, e, no caso, a Geandra Claudia, que é docente da UECE, a Universidade Estadual do Ceará, e que tem um grupo de estudo, e que tem já uma boa caminhada na pesquisa e no estudo em relação à educação inclusiva.
Então, foi um papo bem interessante, aconteceu no dia 16 de dezembro. Inclusive está lá no canal do YouTube do IFCE Tauá, youtube.com/ifcetaua, fazendo aqui a propaganda... E, enfim, foi um momento muito bom. Eu estive na mediação e os meninos e a Dálete estiveram no suporte lá do chat, no levantamento das perguntas, e quem assistiu, quem tiver a oportunidade de assistir, vai ver que são assuntos superpertinentes porque o ensino remoto mexe com as diversas pessoas que estão envolvidas, e aí muitas vezes quando ele não acontece da forma correta, ficam-se procurando culpados, mas será que tem só um culpado, será que tem vários culpados? Eu acho que todo mundo que está envolvido nesse processo sofre e uns vão sofrer mais, outros menos, e cada um pode tentar fazer sua parte na medida do possível. Tem a família, tem os alunos, tem os alunos ou alunos com deficiência, porque, se a inclusão em condições de presenciais já nos era um desafio abissal, um desafio enorme, imagina a gente lidando com a tecnologia e lidando com essa nova forma de vivenciar esse processo de ensino e aprendizagem. Então, a gente precisa parar de vez em quando, respirar, e a gente precisa conversa sobre. E aí fazer essa reflexão: estamos sendo inclusivos? Estamos garantindo os direitos? Então foi esse o objetivo dessa live. Como eu falei, estamos buscando realizar outros momentos como esse, mas esse foi um pontapé, então quem esteve presente vai saber dizer como é que foi essa conversa.
Juliana: Eu gostaria de perguntar pro Davi. Agora há pouco ele falou da questão da acessibilidade nas redes sociais e eu queria saber de você, Davi, se você puder compartilhar, que tipo de barreiras você enfrentou nesse ano de ensino remoto. A gente sabe que todo mundo sentiu dificuldade, poque não é fácil, o ensino remoto está longe de ser inclusivo. Mas eu gostaria de saber de você, como foi a sua experiência e como você driblou essas dificuldades?
Davi: Certo. No início... Assim, não exatamente no início, mas um pouco depois, porque em junho a gente teve algumas aulas, só que não eram aulas oficiais, eram mais aulas optativas. Eu fiz essas aulas e nelas, apesar de ter algumas dificuldades, eu não me importei de imediato. Já que não eram oficiais, eu não seria prejudicado por elas. Mas quando chegou agosto, essas dificuldades que eu já tinha percebido nas aulas de junho ainda eram presentes e elas trouxeram outras dificuldades, tanto no próprio momento de assistir uma aula onde tem o professor ensinando o conteúdo de biologia, por exemplo, ou de física, como também na resolução das atividades. Os próprios sistemas não são muito legais. O Google Sala de Aula é um pouco acessível, mas quando a gente passa pro Google Forms ou até mesmo pra ler algum artigo, pra fazer algum resumo, o navegador não é legal, aí começa a complicar.
Eu fiquei assim agosto e setembro, bem preocupado com essas coisas, mas conforme o tempo foi passando, eu fui meio que criando algumas gambiarras que eu nem sei explicar direito, mas que têm dado certo. Por exemplo, pra eu responder uma atividade no Google Forms, eu copio toda ela no computador, respondo ela toda no computador e depois transcrevo pro Google Forms, porque eu digitar lá fica muito ruim. Eu pego o que eu copiei no computador e transcrevo por voz pro Google Forms, porque digitando não daria certo. E tem sido assim, só que é aquela coisa, os professores sempre tentam criar pontes pra que isso se torne uma coisa mais simples e menos, não vou dizer assim igual ao era, porque não é, mas menos ruim. Outra coisa também muito importante que eu acho interessante pontuar é que na aula presencial, se eu tivesse alguma dúvida, poderia simplesmente virar ao lado e perguntar a alguém ou até mesmo usar o próprio tablet pra aprender um conteúdo, como eu disse de biologia ou de química. Nas aulas on-line, não, porque eu estou sozinho e tem só a voz.
Larissa: Acho que todos tivemos que aprender juntos a lidar com essa situação. Jayme, como é que você observa isso? Você é professor e, em relação aos seus colegas, o que é que você tem observado? Quais têm sido os maiores desafios dessas aulas on-line, de incluir esses alunos, não só alunos com deficiência, mas alunos que às vezes não têm acesso à internet ou não têm um acesso de qualidade à internet, enfim... Como é que tem sido?
Jayme: Tem sido hiper desafiador. Eu posso falar enquanto docente. Acredito que meus colegas e minhas colegas estão vivenciando algo parecido. Começa que a gente está tendo uma dificuldade muito grande de lidar com as tecnologias. A própria utilização dos recursos tecnológicos está fazendo com que a gente tenha que buscar algo que a nossa formação não proporcionou, e também poderia prever muito do que estamos vivenciando agora, mas enfim... Poderia colocar inicialmente isso. E a outra coisa é que eu fico sempre tentando refletir se estou sendo inclusivo nas minhas aulas, inclusive das diversas formas. Será que o meu conteúdo, será que o objetivo que eu queria que a turma chegasse está conseguindo atingir todos e todas? Independente de ser aluno ou aluna com deficiência ou não, seja aluno ou aluna com algum problema na internet, com problema em casa...
Cada um é um universo, então eu converso muito com meus colegas e minhas colegas. A gente, essa semana, está participando dos conselhos de classe, então a gente conversa muito em relação a isso. Todos estamos tendo essa dificuldade. A gente tenta buscar o equilíbrio de também ser flexível e entender a realidade de cada aluno e de cada aluna, mas, ao mesmo tempo, também não fazendo perder de vista a importância de cumprimento dos prazos, a importância de a gente buscar as melhores ferramentas para avaliação. Então, a gente fica nessa corda bamba, tentando não cair, tentando se equilibrar. E, no que diz respeito a inclusão, eu me considero um aprendiz precisando muito de conhecimento. A gente fica buscando formação, fica buscando conversar com outros professores. Por isso que eu gosto sempre de falar dessa rede de apoio. Tem a coordenação técnico-pedagógica, e aí cada professor, na sua instituição, vai tentar buscar esse apoio didático-pedagógico junto com a sua equipe. Mas uma das coisas que eu gosto sempre de bater, de forma até repetitiva, é na importância de a gente dialogar com os nossos pares e também, principalmente, dialogar com o aluno. Se você não dá voz ao aluno e à aluna, se você não busca esse feedback de saber se sua aula está chegando, até a maneira que você faz a distribuição dos itens lá no Google Sala de Aula, o tamanho da letra nos slides, se o formulário que você utilizou está chegando da melhor maneira...
Então eu vou nesse caminho de tentar dialogar com os alunos pra que eles também nos auxiliem, dizendo qual seria a melhor forma de chegar. Aí nisso a gente vai conseguindo fazer esse malabarismo e driblar, mas não está sendo fácil, porque a gente ouve muitas realidades e, em muitas dessas realidades, é gritante a fragilidade desse tipo de ensino. Mas é aquela coisa, eu penso dessa forma, não sei se vocês concordam, se vocês pensam assim também. A gente tenta fazer o melhor... Acho que foi até o Cortella que falou essa frase, essa frase é bem repetida, mas acho que cabe bem aqui. A gente tentar buscar fazer o melhor com aquilo que a gente tem, com as ferramentas que a gente tem e com o contexto que a gente tem pra que, futuramente, quando a gente tiver condições melhores de fazer, a gente tenta fazer com essas condições melhores. Mas o hoje, o agora, é isso que tem. É o que tem pra hoje (risos).
Mas lógico, a gente tem que estar sempre também... Não é aquela história de empurrar com a barriga, não é aquela história de levar de qualquer jeito. A gente tem que parar e pensar: dessa forma, com as condições que a gente está tendo agora, está sendo efetivo, mesmo com todos os problemas? Ou está sendo algo que não é o ideal? A gente sabe que não é o ideal, mas a gente está se aproximando disso, a gente está buscando? Então acho que o Napne, o próprio projeto Ciranda da Inclusão, foi pensado exatamente pra isso, pra ser um momento, uma oportunidade, de a gente parar e refletir sobre as nossas ações, sejam pedagógicas, sejam na própria questão do marketing da divulgação, na publicidade das ações ou nas próprias barreiras físicas também, que a gente pode estar proporcionando quando a gente tiver um possível retorno, não sabemos quando. Mas, quando houver um possível retorno, seja híbrido, seja presencial, será que as barreiras que já existiam, talvez, na nossa instituição, vão ser ampliadas ou será que a gente vai conseguir se adaptar e garantir essa inclusão da melhor maneira possível?
Juliana: Jayme, você falou agora há pouco sobre esse momento que a gente está vivendo e como é complicado ele, e como não tínhamos como prever essa situação em que as inúmeras instituições de ensino do Brasil iriam ter que ir pra um ensino remoto. E aí eu estava lendo, mais cedo, sobre o censo de 2018 e 2019 realizado pela Associação Brasileira de Educação à Distância e, veja, esse censo tem um item que revela que mesmo cursos pensados, desde seu início, como sendo cursos à distância, existe uma falha no tocante ao material com acessibilidade, essa acessibilidade que a gente está tratando aqui. Eu destaquei alguns dados que tem no censo, eu vou até colocar depois na descrição desse episódio pra quem quiser consultar o censo, que é o censo mais recente feito por essa associação, e diz que 20,7% das instituições de educação à distância do Brasil oferecem um intérprete de Libras. Já pra audiodescrição são apenas 3% dessas instituições. E 18,5% delas não oferta nenhum suporte dessa natureza, entendeu, de atendimento humano para acessibilidade. Eu mesma fiz um curso à distância e era só videoaulas, e nenhuma videoaula tinha sequer uma legenda. Já há essa falha pra essas instituições que trabalham exclusivamente com o ensino a distância, imagine para as outras tantas que foram pegas de surpresa. Eu gostaria que vocês pudessem comentar sobre isso, os materiais inclusivos.
Claudemir: Ju, eu acho que, pra gente conseguir material humano e, automaticamente, recurso pedagógico inclusivo, a gente precisa começar a pensar a inclusão. No início, a Larissa disse assim, com relação a começar a tornar o ambiente virtual do IF inclusivo: "Nossa, como é que a gente não pensou nisso?", e eu digo: Larissa, eu também fiz essa pergunta quando eu fui colocado em xeque. Como é que o Claudemir não pensava nisso? Porque nós, ditos normais, só começamos a pensar que aquilo não está chegando em alguém ou não está comunicando a alguém, quando a gente é colocado em xeque. E, durante muito tempo, os corpos, os sujeitos abjetos, foram deixados de lado. Existiam escolas específicas para pessoas portadoras de deficiência que culminavam na segregação social delas. Agora a gente conquistou esse espaço, elas podem estar dentro da sala de aula com todo mundo, essa sala se tornou mais plural. E aí nasce o desafio e, talvez, se nós ainda não tivéssemos conquistado essa sala ainda mais plural, nós ainda não tínhamos começado a pensar a inclusão e, automaticamente, talvez esse podcast não estivesse rolando, talvez o Napne não estivesse rolando.
Então acho que, a partir do momento em que a gente é colocado em xeque sob diversas formas, e principalmente de forma política, porque, por exemplo, a política de cotas para as pessoas portadoras de deficiência nos concursos públicos fez com que as instituições começassem a pensar na perspectiva da inclusão. Então eu acho que é isso. A gente não foi colocado em xeque por muito tempo com relação à inclusão. Pensar que nós, ditos normais, não estamos sozinhos, então nós precisamos operar e pensar de forma inclusiva, e como é que a gente está pensando, sendo que historicamente a gente nunca pensou, a gente sempre deixou de lado essas pessoas, assim como outros corpos que também são abjetos. Veja só, eu estou no curso de Letras e também já tenho uma licenciatura, e, tanto na minha primeira licenciatura como no curso de Letras, não tem uma disciplina que seja sobre educação inclusiva. E aí eu me pergunto: nós vamos pra sala de aula, de antemão, que é uma licenciatura, e a gente tem uma grade curricular que ainda não está pensando e, com certeza, os sujeitos que vão ser formados a partir dela não vão operar com o viés da inclusão, aí vai ser lançado esse desafio quando a gente estiver na sala de aula e a gente se deparar com algum aluno, alguma aluna que seja PCD. Eu acho que é mais isso, a gente não foi colocado em xeque, a gente está sendo colocado em xeque agora, basicamente, através de políticas inclusivas que empurraram goela abaixo, e a gente precisa agarrar essa oportunidade, começar a operar e fazer valer.
Larissa: É, Claudemir, eu concordo muito com você em relação a isso, porque, se a gente for observar, primeiro é uma questão de direito. Todas as pessoas deveriam ter os mesmos direitos, e as nossas formações não contemplam isso, se a gente for pensar. No meu curso de Jornalismo, isso não era colocado em xeque, como fazer um jornalismo acessível na internet, sabe... Isso não é discutido, então realmente é um problema que precisa ter atenção, né, porque, sem isso, acontece o que está acontecendo. A gente se depara com as situações e fica tendo que resolver meio que em cima da hora. Jayme, quer comentar mais alguma coisa, ou Davi?
Jayme: Complementar essa fala do Claudemir no que diz respeito a... As diversas instituições acredito que passam por esse contexto, essa realidade. A nossa instituição não é diferente, então muito do que acontece surge à medida que a demanda vai surgindo. E isso não só as instituições. A nível profissional também. É como se você, enquanto docente, se você nunca ministrou aula pra algum aluno ou aluna com alguma deficiência, talvez não tenha despertado na sua motivação pra buscar um tipo de formação nesse sentido, mas a partir do momento que você se depara com uma sala de aula em que você tem esse desafio de se fazer ser inclusivo e garantir o direito desse aluno ou dessa aluna de ter a mesma acessibilidade aos conhecimentos, às discussões e ao material, aí você vê o tamanho da lacuna, da falta que tem de formação, de conhecimento. Então a partir da demanda é que surge isso. Acho que cabe às diversas instituições, e também aos profissionais docentes e profissionais das diversas áreas, como vocês bem comentaram, entender que a deficiência vai estar na ação, no fato de eu, enquanto docente, não conseguir me comunicar com um aluno ou aluna surda. Então será que a deficiência está no aluno ou na aluna surda ou será que a deficiência está em mim enquanto docente, que não consigo me fazer comunicar, que não tenho, por exemplo, o conhecimento da Língua Brasileira de Sinais. E aí a gente faz essa inversão do ponto de vista, a deficiência está talvez em outros lugares. Então é muita coisa a ser discutida e a gente precisa discutir e cada vez debater mais.
Juliana: Então, Jayme, Claudemir, Davi, brigada por terem vindo conversar com a gente sobre o projeto de vocês. Também quero parabenizar pelo projeto de vocês. São ações como essa que fazem a nossa instituição, o nosso campus, sempre melhorar e sempre ser o local de acolhida que a gente tanto quer ter. Mas, antes de a gente encerrar de vez, vamos para o nosso Momento Cultura, tá bom?
Jayme: Antes do momento cultura, eu posso fazer só um agradecimento? Eu queria agradecer, e que se sintam representados todos os membros do Napne de Tauá. Lari também está no Napne agora, pode se considerar membro, então estamos aqui em quatro membros do Napne, mas o Napne é muito maior e tem o apoio também da Coordenação de Acessibilidade do IFCE, na pessoa da Arliene Stephanie E também queria agradecer a vocês duas, à equipe de jornalismo do campus, porque praticamente todas as nossas ações do Napne e desse projeto só puderam ser realizadas por todo apoio e parceria que vocês tiveram, seja a live, seja o próprio podcast, então não podia deixar de agradecer a vocês. E agradecer também, um agradecimento tão especial também quanto esse pra vocês, para os três bolsistas, pra Davi, Claudemir e Dalete. Estamos encerrando esses três meses de projeto, mas acredito que eles vão permanecer no Napne. Foi um crescimento muito grande poder estar mais próximo de vocês. A gente criou um grupo, a gente tem se comunicado quase que semanalmente. Então fica aí meu agradecimento a vocês, porque sem vocês, sem a equipe de tecnologia da informação, sem vocês, bolsistas, a gente não teria conseguido dar esse pontapé inicial nessas ações do Napne. É isso, desculpa, vamos para o momento cultural (risos).
[Trilha sonora]
Larissa: Então, o nosso Momento Cultura está de volta pra quem estava sentindo falta das dicas, das nossas dicas, das dicas dos convidados. Então vamos lá. Quem é que tem aí um livro, uma música, um filme bem legal que andou vendo pra recomendar aos nossos ouvintes?
Davi: Então, eu indico uma série da Netflix chamada O mundo sombrio de Sabrina. É uma série sobre bruxas, mas que debate vários temas muito interessantes, como machismo, feminismo, intolerância religiosa... Muitas religiões diferentes são mostradas nessa série, e é mostrado muitos aspectos muito problemáticos que existem na sociedade, desde preconceitos, estereótipos, muitas outras coisas. É uma série que eu gosto muito. É nova também, é bem recente e recomendo muitíssimo.
Claudemir: Eu posso indicar duas coisas?
Juliana: Claro!
Larissa: Pode!
Claudemir: Pronto, pois eu vou indicar duas coisas, porque eu quero dar o biscoito pro meu amigo Guilherme Alves, que esse ano lançou o livro dele. É um livro infantil, interativo, que é sobre os valores que precisam e devem ser trabalhados no mundo infantil, no mundo da criança, dos pequeninos e das pequeninas, que eu acho que é uma base pra gente construir uma sociedade mais inclusiva. Ah sim, o nome do livro é Livro das Rimas. São vários poemas sobre amor, paciência, caridade, respeito, igualdade... Muito bom.
Juliana: Tem faixa indicativa?
Claudemir: São pra crianças que estão na fase de alfabetização. Acho que até os dez anos é muito bom.
Jayme: Crianças entre zero a sessenta anos?
Larissa: De repente, até pra adulto é bom.
Claudemir: Pronto, exatamente! Zero a sessenta anos (risos). Inclusive pra quem perdeu as habilidades manuais de pintar é muito bom.
Juliana: Como é que a gente adquire?
Claudemir: Vocês adquirem falando com ele no perfil pessoal dele, @cantinhodogui, ou no site da editora, que é a Editora Sinna. E a segunda coisa são três episódios da Jéssica Teixeira, que eu até já compartilhei no grupo do Napne, que é uma artista maravilhosa PCD, e ela fez três episódios junto com outros artistas PCDs sobre as experiências de vida deles e delas, e as experiências sexuais, que aí eu acho que é muito disruptivo e vale a pena todo mundo assistir esses três episódios. O arroba dela, porque os três episódios estão no "IG" dela, é @ela.jessicateixeira, e o nome dos episódios é Carne de Ostra. Achei incrível, super indico e espero que vocês vão lá assistir também e dar o biscoito pra ela.
Jayme: Depois que tu indicou, Claudemir, eu comecei a seguir e gostei muito, viu, tanto do Instagram quanto dessa série que tu falou. Valeu pela dica.
Claudemir: É muito bom, ela é incrível.
Juliana: Jayme.
Jayme: Eu vou imitar Claudemir, também vou dar duas dicas, pode?
Juliana: Pode (risos).
Jayme: A dica que eu tenho pra trazer pra vocês é do perfil do Instagram que eu tenho seguido há pouco tempo, mas que tenho gostado bastante das suas publicações, que é @oeduardovictor. É um jovem criador de conteúdo digital que, nas suas publicações, ele faz desconstruções sobre conceitos da deficiência, da homoafetividade e de ser quem a pessoa é na sociedade em que a gente vive. Tem até uma legendazinha no seu Instagram: um corpo livre em movimento, tá tudo bem ser quem você é. Então o arroba dele é @oeduardovictor. E a minha dica também é de um filme que eu assisti no começo do ano, ele foi lançado em janeiro desse ano de 2021. É o filme Soul, da Disney Pixar. Eu sei que, talvez, pra encontrar ele... Não sei se todo mundo que tenha feito as parcerias pra assinar o Disney Plus, mas enfim, ele deve estar em outras plataformas também. Mas ele é um filme incrível, como todos os filmes... A Pixar dificilmente erra a mão, não é? Então é um filme, uma animação, que aborda o que é que motiva a gente ser quem a gente é. Os nossos sonhos, nossos desejos... Será que a gente tem uma meta a cumprir no final da nossa vida? Não sei se vocês já assistiram o filme, mas é muito emocionante e incrível, como todo filme da Pixar.
Juliana: Não, eu não tive oportunidade de assistir ainda, não.
Larissa: Eu não vi ainda, quero ver. Bom, a minha dica é um websérie que se chama Divine Vive. É uma websérie sobre a boate Divine, que existiu em Fortaleza por uns quinze anos. Eu infelizmente não cheguei a conhecer. Mas essa websérie é um documentário sobre essa boate, que era um lugar onde as drag queens, naquela época ainda chamadas de transformistas, iam lá performar e tudo, e, enfim, fazia um sucesso ali entre a comunidade. Acho que, se fosse hoje, faria ainda mais, depois de RuPaul's Drag Race e tudo o mais. Mas marcou, de certa forma, a história da noite fortalezense. São cinco episódios. É produzido pelo coletivo artístico Divas e dirigido pelo Regis Amora. E o primeiro episódio, no final, ainda tem um show delas, dessas artistas maravilhosas. Enfim, fica a dica aí pra vocês que tiverem interesse em conhecer essa história.
Juliana: Está disponível no YouTube?
Larissa: Isso, está disponível no YouTube. Divine Vive.
Juliana: Show. A minha indicação hoje é uma série chamada Black-Ish. Blackish é um termo em inglês que significa algo como meio negro, porque esse sufixo "ish", em inglês, dá essa intenção à palavra que ele acompanha, certo. É como se fosse alguma coisa ou algo meio assim, sabe? E a série Black-Ish é uma série de comédia, tem episódios curtinhos, naquele formato de vinte e poucos minutos, sobre o dia a dia de uma família negra norte-americana. Então, em cada episódio, são abordadas questões sociais pertencentes ali ao universo que a mulher e o homem negro vivem nos Estados Unidos. A série sempre tem discussões sobre racismo, sobre o lugar do negro na sociedade, o lugar da mulher negra, a relação com vizinhos, a relação com dinheiro, a relação com a polícia, sabe. É muito legal a série porque você ri muito e, ao mesmo tempo, você reflete muito sobre esses assuntos que eles sempre abordam. A série está sendo produzida ainda, tem atualmente sete temporadas. Tem seis temporadas disponíveis na Amazon Prime Video. E eu chamo atenção de quem for assistir à série, que, a partir da terceira temporada, você consegue observar episódios com temáticas mais sérias e eu acho que... Eu acho não, porque você vê, durante a série, que isso tem total relação com a eleição do Trump. A série estreou em 2014, então ela viveu o período da eleição, da corrida eleitoral e da vitória dele. E é bem nessa temporada que eles começam a trazer episódios mais densos sobre a temática. É muito legal. E tem um episódio, nessa temporada, que eles tratam do dia depois da eleição do Trump. Ele foi eleito e tal, e aí é um clima de luto o episódio inteiro. Enfim, eu acho que vale muito a pena conferir. Às vezes, a gente não está muito familiarizado com essas discussões e uma série como essa pode ser um canal de luz mesmo sobre essas questões. Então essa é minha indicação pra hoje. Eu me divirto muito, e tem episódio que infelizmente eu rio e choro ao mesmo tempo na série. Vale a pena. Black-Ish.
Jayme: Essa é que é a boa.
[Trilha sonora]
Juliana: Enquanto isso, no IFCE de Tauá...
Larissa: O IFCE de Tauá está com inscrições abertas, até esta quinta-feira, 11 de fevereiro, para o curso superior de Tecnologia em Telemática. São ofertadas 30 vagas. O vestibular levará em conta as notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, das edições de 2017, 2018 ou 2019. As inscrições devem ser realizadas no site qselecao.ifce.edu.br. Em seguida, o candidato deve enviar o documento de identidade e o boletim do Enem no site esolis.ifce.edu.br. O curso de Tecnologia em Telemática acontece nos turnos matutino e vespertino e tem duração de três anos e meio. Para saber mais, acesse ifce.edu.br/taua.
[Trilha sonora]
Juliana: É isso, gente. Mais uma vez, a gente quer agradecer a vocês, Davi, Claudemir e Jayme, pelo bate-papo super agradável nesta tarde de hoje. Muito obrigada.
Larissa: Foi um ótimo retorno do nosso IFcast.
Juliana: Ah foi mesmo, né (risos), foi ótimo mesmo.
Jayme: Gratidão, eu que agradeço.
Claudemir: Que é isso, meninas. Que bom começar o ano participando do IFcastTauá com vocês. Beijão.
Davi: Agradeço também, foi muito legal a participação, e gostei muito das dicas de vocês.
Larissa: As nossas dicas nesse podcast são sucesso (risos). Muito bem, então a gente volta no próximo IFcastTauá, tá bom? Obrigada a todo mundo que ouviu. Sigam o IFCE nas nossas redes sociais: Instagram, YouTube, Facebook... Estamos em todos os meios. Pra onde você olhar, o IFCE está lá.
Juliana: Ah, e assistam à live! Se você não viu ainda, a live do pessoal está disponível no nosso canal no YouTube.
Larissa: Isso. Tchau, gente, até a próxima!
Juliana: Tchau, até lá!
[Trilha sonora]
Por: Juliana Albano (Colaboradora) - Comunicação Social/Tauá