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Aluna do Campus Maranguape participa de curso internacional

Publicada em 04/07/2023 Atualizada há 1 mês, 2 semanas

A aluna Ana Letícia Araújo Nunes, do Curso Técnico Integrado em Informática do Campus Maranguape, iniciou em maio de 2023 o curso AFS Global Stem Accelerators, fomentado pela AFS, uma rede internacional sem fins lucrativos que fornece serviços de educação e intercâmbio ao redor do mundo. Ana Letícia foi a única aluna do campus a se voluntariar para esse curso e ''entrou de cabeça'' no desafio. “Está sendo um curso bem formativo, estou aprendendo várias coisas”, disse a aluna em relato ao professor Helton Moreira, que a incentivou e deu suporte durante a inscrição. O professor faz parte da Comissão de Internacionalização do Campus Maranguape e afirma que a "comissão está sempre atenta a oportunidades assim para os nossos alunos".

O referido curso tem duração prevista de 12 semanas e é ofertado na modalidade a distância, em parceria com a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. O foco do curso é trabalhar competências globais, impacto social e sustentabilidade com meninas entre 15 e 17 anos, que estejam na escola, em qualquer parte do mundo. “Fiz amizade com uma colega da Costa Rica, a Maria Victória, e com outra da Mongólia”, afirma Ana Letícia. “A gente sempre tira um tempo das atividades em grupo para conversar sobre nossos países, diferenças culturais e até semelhanças”, complementa. As professoras da turma são da Indonésia e da Austrália. Diante dessa diversidade cultural, as alunas compartilham experiências, aprendendo e aplicando conceitos de STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), para produzir projetos com impacto ambiental e responsabilidade social.

A justificativa da AFS para incluir apenas meninas é o baixo número de mulheres trabalhando na área das STEM pelo mundo. Segundo a instituição, as mulheres representam apenas 28% dos trabalhadores formados nas STEM, apesar de elas serem mais da metade da força de trabalho no geral. O curso deve certamente diminuir essa discrepância na representatividade feminina na área em poucos anos.

O curso está na reta final e terminará em 6 de agosto, mas Ana Letícia já sente o aprendizado e sua evolução, apesar das dificuldades com a Língua Inglesa nas primeiras aulas. Ela afirma que “estava meio insegura de falar, meio calada” no início. Entretanto, “a partir do segundo encontro,” ela começou a se expressar mais, “a formular frases melhores”. O professor Helton Moreira ficou muito satisfeito quando viu o interesse e o desempenho da sua aluna nesse curso e espera que ela sirva de modelo para as colegas. “É claro que a Língua Inglesa será a maior barreira para nossos alunos”, afirma o professor, “mas nada que um suporte nosso não resolva”. Ele garante que a Comissão de Internacionalização continuará tentando estimular os estudantes do nível médio a darem mais valor ao aprendizado de línguas estrangeiras, pois ele abre portas para este tipo de oportunidade.

Leia a entrevista que fizemos com Ana Letícia na íntegra:

O que você pode nos dizer sobre sua turma, ou o curso em geral?

- Na turma, as meninas são sempre bem participativas. Eles são rigorosos com participação e presença na aula. Está sendo um curso bem formativo, estou aprendendo várias coisas. São duas professoras, Miranti e Claudia, da Indonésia e da Austrália, respectivamente.

Sobre o que vocês aprendem, de fato? Como são os encontros virtuais?

- Ultimamente temos visto muito a questão do aquecimento global e mulheres no ramo STEM. Nos encontros, elas sempre pedem para nos dividirmos em grupos e discutirmos nossas opiniões sobre os assuntos da aula. Além disso, sempre passam uma atividade anterior à aula, para que a gente possa se apropriar do conteúdo antes de discutirmos juntas.

Quantas colegas você tem em sala? Já fez amizades?

- Cerca de umas 20 colegas. Das amizades que fiz até agora, as principais são duas: Maria Victória, da Costa Rica, e outra da Mongólia. A gente sempre tira um tempo das atividades em grupo para conversar sobre nossos países, diferenças culturais e até semelhanças.

Como está sendo essa experiência?

- No geral, minha agenda está ficando muito cheia. Chego em casa cansada, saio do IFCE às 5h da tarde todo dia. Mas sempre tento tirar um tempo na semana para fazer. Mas, como é aos sábados, não influencia muito na minha rotina de dias úteis.

O que seus colegas do IF falam sobre isso?

- Normalmente, eles perguntam como está sendo. Eles notam que eu estou melhorando meu Inglês e que estou mais participativa, apesar do cansaço.

Está tendo impacto na sua carga de estudos no IFCE?

- Acho que não está tendo muito. Só que tenho que tirar um tempo que realmente preciso para resolver as atividades do curso e participar de fato. Mas, no geral, não dificulta muito. No início do curso, eu estava meio insegura de falar, meio calada. Mas a partir do segundo encontro comecei a me expressar mais, a formular frases melhores.