O campus de Crato recebeu, na última semana de agosto, o professor Sebastião Pinheiro, um dos mais conhecidos pensadores da agroecologia moderna do país. Na ocasião, ele participou de um bate papo com a gestão, conversou com a comunidade acadêmica e esteve presente em um Dia de Campo sobre piscicultura e agricultura.

Para o professor Sebastião, que aponta a agroecologia como libertadora, indígenas e quilombolas são os nossos grandes detentores do conhecimento agroecológico: "Existe uma sabedoria, um patrimônio e um tesouro vivos no coração de vovós e vovôs indígenas e afrodescendentes quilombolas. E se deve assoprar essa brasa, porque ela é resistência contra o progresso da moeda internacional".

Segundo ele, isso acontece porque eles têm a consciência plena do bioma e das próprias necessidades: "Eles precisam adequar a realidade do bioma à realidade de produzir alimentos sem destruir"."

Pinheiro defende que as instituições de ensino, pesquisa e extensão têm papel fundamental na sistematização e na transmissão do conhecimento relacionado à área: "Nós temos que fazer com que o micróbio do Cariri seja senhor todo poderoso no Cariri. E quem sabe fazer isso é o IFCE. É preciso assumir a realidade com os professores e fazer as experimentações com cada uma das particularidades do Cariri. Trazer a agroecologia ao coração e à organização do agricultor, é isso que o IFCE faz e precisa fazer", defende o professor.

Sebastião Pinheiro deve retornar ao Cariri em breve para realizar formações sobre agroecologia em parceria com o IFCE.