Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará

Educação pública, gratuita e de qualidade em todas as regiões do estado

Projeto Doutores do Sertão tem pontapé inicial no Cariri

Corporativismo é tema de palestra de encerramento do evento

Publicada em 26/10/2019 Atualizada há 2 meses, 3 semanas

Uma reunião entre instituições na manhã desta sexta-feira, 25, durante o Agri & Pec, marcou o pontapé inicial do projeto Doutores do Sertão no Cariri. A iniciativa, que foi apresentada em uma palestra no evento, surgiu na região Norte do Ceará, fruto de uma parceria entre o sindicato de produtores rurais do município de Moraújo e o campus do IFCE em Sobral. No Cariri, o projeto contará com a participação do campus de Crato do Instituto.

Presidente do sindicato de Moraújo, associação que faz parte da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Elder Albuquerque explica que o Doutores do Sertão é um projeto de transferência de tecnologia e capacitação técnica para produtores rurais: "O projeto tem três princípios fundamentais: difusão de conhecimento acadêmico no meio rural, sucessão no campo e estímulo ao empreendedorismo. Os estudantes universitários têm todo o potencial para levar esse conhecimento para o campo".

Um grupo de trabalho para levar à frente o projeto no Cariri foi criado durante a reunião. Dele fazem parte os campi do IFCE no Crato e em Baturité, o presidente do sindicato de Moraújo e o vice-presidente da Faec, Rodrigo Diógenes. "O objetivo é estimular a permanência do jovem no campo com uma atividade atrativa que possa trazer as condições sociais a que ele aspira. Nosso papel será fazer essa capacitação e essa aproximação entre o sertão e a academia", como afirma o diretor-geral do campus de Crato, Joaquim Rufino Neto. 

A ideia é que estudantes do IFCE façam o estágio curricular em unidades demonstrativas, desenvolvidas com o apoio dos sindicatos rurais, em seu município de origem. Dessa forma, é possível que o estudante capacite produtores interessados. A unidade, portanto, deve funcionar como um modelo a ser replicado nas propriedades rurais da região. O projeto contempla também o alinhamento na cadeia produtiva com as empresas agropecuárias para escoar a produção.

Cooperativismo

Um dos grandes pilares do projeto, segundo Elder Albuquerque, é o incentivo ao empreendedorismo e ao cooperativismo: "Essas são as melhores formas de romper a crise de emprego que vivemos no Brasil.  A cooperativa é um empresa que incentiva os jovens a serem empreendedores na atividade. E esses jovens terão oportunidade, ainda na vida acadêmica, de ter essa experiência profissional, aplicando seus conhecimentos na prática e ensinando a outros proprietários rurais, transformando-se também em consultores".

Na tarde desta sexa-feira, a palestra de encerramento do Agri & Pec abordou o tema. Para Diego Trindade, que é especialista em direito agrário e agronegócio, o corporativismo é vantajoso para quem ganha a vida com a agropecuária: "Na minha visão, é a única forma de pequenos e médios produtores conseguirem vender sua produção e concorrer com os grandes produtores. A cooperativa vai comprar a produção e vendê-la e é necessária para o escoamento".

Segundo ele, essa maneira de associação ainda é pouco utilizada no Nordeste, mas vem ganhando espaço na região graças a programas e eventos como o Agri & Pec: "O corporativismo pode ser estimulado através de ações como essa, principalmente com jovens, para que eles possam transformar a cultura da região".