Palestra debate impacto das estradas na biodiversidade
Atropelamento de animais silvestres é o principal problema
Publicada em 07/11/2018 ― Atualizada há 2 meses, 2 semanas

Você sabia que a cada segundo 15 animais silvestres são atropelados nas estradas brasileiras? São 475 milhões de animais silvestres mortos todos os anos. Localizado no sopé da Chapada do Araripe e às margens da CE-292, o campus de Crato do IFCE conhece bem essa realidade. Para debater os impactos causados pelas estradas na biodiversidade, a instituição recebeu, na última terça (6), o pesquisador Alex Bager, que estuda a temática. Ele realiza a expedição Urubu na Estrada, que pretende produzir um diagnóstico do impacto das rodovias e ferrovias na biodiversidade brasileira para traçar estratégias de conservação.
Além do levantamento de dados, o trabalho é de educação ambiental e de conscientização para tentar reduzir o problema. Bager integra o projeto Sistema Urubu, que busca a colaboração da população na conservação da biodiversidade brasileira. A iniciativa coleta dados de animais silvestres atropelados em todo o país para identificar as áreas de maior risco e as espécies mais afetadas em cada ponto.
Para participar, é preciso baixar o aplicativo e enviar uma foto cada vez que encontrar um animal silvestre atropelado na estrada. "A educação ambiental não pode ser algo pontual, é um processo. Isso precisa ser planejado e é necessário trazer as pessoas de uma forma proativa para o processo", explica o pesquisador.
Segundo ele, o atropelamento não é o único problema. Todo o ambiente é afetado, e isso transforma os hábitos das espécies. Por isso, é necessário um trabalho conjunto para desenvolver e implantar políticas efetivas para a redução dos impactos.
Para a professora Francinilda Pereira, que ministra a disciplina de animais silvestres na graduação em Zootecnia, a conscientização sobre o tema é fundamental para garantir a preservação das espécias: "As pessoas precisam ter acesso e a compreensão que uma floresta sem animais é uma floresta estéril. Todos nós estaremos ameaçados de extinção se não tivermos o cuidado com a vida silvestre. Trabalhos como esse são importantes para que a gente tenha essa consciência e que isso seja ampliado para a sociedade de forma geral, através de nossos alunos e das nossas ações."