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Produtores reuniram-se em Acaraú para discutir inovações na carcinicultura

Seminário sobre biossegurança e inovações na cadeia produtiva do camarão aconteceu nos dias 17 e 18 de agosto, no campus de Acaraú

Publicada em 22/08/2023 Atualizada há 2 meses, 2 semanas

Em expansão desde 2021, o cultivo de camarão em cativeiro, no Ceará, tem mudado a realidade do interior cearense. São mais de 13 mil hectares de área produtiva, contemplando 59 municípios cearenses. Dados da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) apontam que, entre 2012 e 2021, a carcinicultura cearense cresceu 271%. Para garantir a qualidade e o padrão na produção do crustáceo, foi realizado, nos dias 17 e 18 de agosto, no campus de Acaraú do IFCE, o III Seminário Biossegurança e Inovações na Cadeia de Produção da Carcinicultura.

O evento reuniu técnicos, estudantes, micros, pequenos e médios produtores de camarão do estado.  Temas inovadores com foco na qualificação da cadeia produtiva estiveram na programação do Seminário. O manejo do solo para fazendas de camarão é um deles.

Para o professor do Departamento de Pesca e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Luís Otávio Brito da Silva, o manejo do solo adequado incrementa a produtividade. “Tratamento da matéria orgânica do solo, uso adequado de biorremediação e controle de compostos são estratégias que os produtores devem adotar”, ressalta Luís Otávio.

Impacto na região

Acaraú e Itarema são destaques na prática da atividade de carcinicultura no litoral oeste do Ceará. Os dois municípios somam 72 fazendas que produzem camarão em mais de 1.828 hectares. A produção na região chega a 6.580 toneladas por ano, número que favorece o fortalecimento da economia local.

Aspectos naturais contribuem para a vocação do município. O Rio Acaraú, de água escura e rico em nutrientes, ajuda a transformar o solo costeiro na melhor área biológica para a produção do crustáceo, por exemplo.

Porém, os produtores também precisam de outro aliado para garantir o aumento e qualidade da produção: a tecnologia. O uso de ferramentas de gestão para a carcinicultura é essencial, segundo o engenheiro de Pesca e consultor, Clélio Fonseca. “A eficiência de uma carcinicultura passa pela qualidade de sua gestão. Os produtores precisam conhecer as ferramentas disponíveis para uma melhor avaliação e tomada de decisão”, alerta o especialista.

Liderança

Responsável por 41,7% de todo o camarão produzido no Brasil, o Ceará é líder da produção do pescado. Somente em 2022, o estado vendeu mais de 150 mil toneladas de camarão para o mercado interno. Os dados são da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) e consolidam o estado como o maior produtor nordestino de camarão em cativeiro.

O camarão produzido no Nordeste responde pelo segundo maior volume de produção entre as espécies cultivadas no Brasil, cerca de 22,3%, conforme dados do ETENE/BNB (2022). Segundo dados do Censo da Carcinicultura 2021, da (ABCC), somente no Ceará há 1.786 produtores de camarão. Micro e pequenos produtores são maioria; 88,2%, no total. Juntos, eles são responsáveis pela geração de 67% dos empregos diretos do setor.

O III Seminário Biossegurança e Inovações na Cadeia de Produção da Carcinicultura é uma realização do Instituto Future e patrocínio do Ministério da Agricultura e Pecuária, Banco do Nordeste e Sebrae-CE e contou com o apoio institucional do IFCE Campus Acaraú, por meio da Coordenadoria de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação.

Edson Costa - Acaraú